RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA NO IFPA: NOVAS POSSIBILIDADES DE (RE)SIGNIFICAÇÃO DO ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DOCENTE EM GEOGRAFIA Israel Esteban Muñoz da Costa /israel.geografia16@bol.com.br/ IFPA campus Belém Anderson da Silva Costa/ IFPA campus Belém Antônio Seabra Pantoja Jr/ IFPA campus Belém Christian Thelio Santos Lago/ IFPA campus Belém Cláudio Nascimento Costa/ IFPA campus Belém Ivo Igor Almeida Nascimento/ IFPA campus Belém Jonatan Lima da Costa/ IFPA campus Belém Williame Souza do Espírito Santo/ IFPA campus Belém Eixo Temático: Formação inicial e continuada de professores Resumo O Programa de Residência Pedagógica é uma das ações que integram a Política Nacional de Formação de Professores e tem por objetivo induzir o aperfeiçoamento do estágio curricular supervisionado nos cursos de licenciatura, promovendo a imersão do licenciando na escola de educação básica, a partir da segunda metade de seu curso (CAPES, 2018, p.1) ou seja, é um programa institucional que visa ampliar as oportunidades de consolidar a formação docente via o estágio. Basicamente o programa se estrutura em cima de um projeto geral a qual há um tetrapé elementar para o sucesso do programa formada pelos seguintes agentes: o coordenador institucional (responsável pela gestão do programa na Instituição de Ensino Superior ou IES); o residente (o estagiário); o docente orientador (que orienta o estagiário residente), e o professor preceptor (recebe o estagiário na escola campo). Cada IES constrói suas diretrizes em relação ao programa Residência Pedagógica, levando em conta a atuação de todos esses agentes, e principalmente a relação entre o professor-preceptor, residente e aluno. Portanto é imperativa a importância de se analisar os impactos do programa Residência Pedagógica a partir da visão do professor-preceptor e os residentes dentro do Instituto Federal do Pará campus Belém no que se refere à Geografia, assim como expor seus apontamentos iniciais e o desenvolvimento dos planos de ações programado, o estágio e sua importância para construção do docente e a escola como "laboratório de pesquisa" para práticas inovadoras. Considerando a previsão do edital da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) 06/2018, do programa de Residência Pedagógica, resultado final da primeira e da segunda etapas de seleção, que foi publicado no Diário Oficial da União em 29/05/2018, no Estado do Pará o IFPA foi selecionado com 264 vagas, e destas, o curso de Geografia tem 24 alunos bolsistas e 4 não bolsistas na condição de residentes, efetivamente cadastrados e aptos ao programa. Quanto às proposições da coordenação da Licenciatura Plena em Geografia Campus Belém-PA, suas ações estão destacadas a partir das seguintes temáticas: Mediar conexões por meio de aulas expositivas, palestras, workshops, ateliês e seminários, entre o uso das múltiplas linguagens como possibilidade ao ensino da geografia escolar; O uso da música como recurso didático auxiliador no desenvolvimento da reflexão de conceitos e categorias elementares da geografia; a análise da produção social do espaço por uma perspectiva interdisciplinar com os demais componentes curriculares; Alfabetização e representações cartográficas; Aulas expositivas e oficinas para trabalhar a leitura, a interpretação, e a produção de diferentes tipos de mapas (temáticos, corporal, táteis, mentais, etc.); Novas tecnologias da Informação e geotecnologias, ferramentas de mediação e poder no ensino de geografia.; Promover ambiente para a reflexão dialógica (roda de conversa, seminários...) sobre questões como, novas tecnologias relações acesso, uso e poder gerados pelas TICs, nas diferentes escalas (local ao Global); Elaborar roteiros geoturísticos como oportunidade para desenvolver conhecimentos e fundamentos teóricos e práticos com a finalidade de conhecer o patrimônio cultural (material e imaterial), arquitetônico e turístico da cidade de Belém na Amazônia e o ecoturismo como prática docente; Contribuir na consolidação de aprendizagens exigidas na etapa final da Educação básica, identificando possíveis dificuldades e déficits de aprendizagem sobre os temas de geografia frente às competências e habilidades exigidas ao ENEM. Os 24 residentes de Geografia se dividiram em três grupos de 8 alunos para cada professor preceptor: 2 professores preceptores no IFPA atuando nas turmas de ensino médio integrado ao ensino técnico e 1 professor preceptor atuando na escola estadual Ulysses Guimarães. Como explicitado pela coordenadora do residência pedagógica da Geografia, cada grupo tem a liberdade de planejar suas ações baseadas em problemáticas observadas, e cada ação poderá se relacionar com outras, confluindo para uma ação conjunta dependendo da necessidade da turma. Para atender esses intentos gerais dentro da geografia, é necessário ressignificar o estágio docente, como uma variedade de possibilidades metodológicas e práticas as quais não se devem dissociar da pesquisa. O estágio não deve ser enxergado como um elemento de aclimatação docente dissociado de perspectivas ativas, tanto do aluno quanto do estagiário, uma vez que ele visa, respectivamente, aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem e a construção do professor. Em grande parte o IFPA é uma instituição que se adequa a essas intenções por ter o processo de ensino-aprendizagem baseado no tripé ensino-pesquisa-extensão. Corroborando com o exposto um dos grupos do residência na Geografia , que conta com 8 residentes que atuam com o professor mestre Cláudio Costa, construíram três planos de ações baseados no pressupostos acima citados: Saraus Geográficos buscando a interdisciplinaridade entre as ciências humanas e literatura; Oficina com maquetes utilizando os princípios alfabetização cartográfica, e da cartografia assistiva; utilização de jornais e notícias como conteúdos geográficos buscando a apropriação de diferentes linguagens e mídias na sua potencialidade pedagógica para a Geografia. Em todos os três planos de ação se baseiam na perspectiva ativa onde o aluno vai ter papel central na construção do conhecimento. Os planos de ações do Residência Pedagógica desenvolvidos serão expostos no evento SICT (seminário de iniciação científica, tecnológica e inovação) como parte de uma mesa redonda sobre educação a quais se integrarão debates sobre as experiências no estágio supervisionado e sua função na formação docente inicial na Geografia. A construção desses planos de ações foram pautadas numa via de duas mãos: na construção do residente em docente através identificação de problemáticas no ambiente escolar e construção de planos de ação; e na transformação do aluno, como ser passivo, para o aluno como ser ativo dentro de sala de aula, dentro de uma perspectiva construtivista a qual o professor assume o papel mediador, e o aluno como centro e atuante na construção de conhecimento. Dada à recente criação do Residência Pedagógica não há muitas literaturas que abordem diferentes perspectivas educacionais que esse programa pode assumir, desta forma, espera-se que o início dos planos de ação baseadas no aluno como produtor do conhecimento e centro do processo de ensino- aprendizagem, sejam imperativas dentro da Geografia, assim como em outras disciplinas dada sua importância na construção do ser cognoscente, e do ser cidadão, bem como na importância desse programa para a construção de uma nova identidade docente, convergindo para uma atuação crítica e inovadora em sala e a reconstrução deste como indivíduo social pois para Nóvoa (1992, p.7) não é possível separa o "eu" profissional do "eu" individual. Palavras-chave: Residência Pedagógica, Geografia, Formação continuada Referências