Programa de Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência: suas repercussões no processo formativo dos alunos no curso de Pedagogia na Universidade Federal do Acre Francisca do Nascimento Pereira Filha/ franca-ac@hotmail.com/UFAC Lúcia de Fátima Melo/lucia.educa@bol.com.br/UFAC Ednacelí Abreu Damasceno/ednaceli@yahoo.com.br/UFAC Eixo Temático 8: Formação inicial e continuada de professores - com ênfase na análise de experiência, programa e políticas Resumo O presente texto discute a temática das políticas educacionais voltadas à formação de professores que na atualidade adquire centralidade e é considerada uma ação de grande envergadura para se alcançar a qualidade na educação. A problemática da pesquisa voltou-se para analisar em que medida o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência/Pibid vem alcançando suas metas de valorização à formação inicial dos professores para Educação Básica no Curso de Pedagogia na Universidade Federal do Acre, Campus - Rio Branco-AC, no período compreendido entre 2012 a 2017. O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - Pibid foi instituído por meio da Portaria Nº 38 de 12/12/2007, sob a responsabilidade da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes, através do Decreto Nº 7.219 de 24 de junho de 2010. Sendo o Pibid um dos componentes das políticas públicas educacionais, voltadas para a formação inicial de professores, dentre seus objetivos está o de promover a integração entre a educação do ensino superior e a educação básica das escolas estaduais e municipais, por meio da inserção do licenciando no espaço escolar, este, deve vivenciar experiências da docência fazendo uma relação entre a teoria estudada na academia com o cotidiano escolar, fortalecendo assim, a sua formação e a prática da futura atuação profissional. Como fundamentação teórica a pesquisa se ancorou nos estudos de Burton (2001), Mainardes (2007), Souza (2006) e Souza (2016), Höfling (2001), Evangelista (2012), Shiroma; Campos; Garcia (2005), Gatti e Barreto (2009), Gatti, Barreto e André (2011), Freitas (2007), dentre outros autores que são referências em estudos dessa natureza. A metodologia da pesquisa adotou características de um estudo de caso, numa perspectiva de abordagem qualitativa. Os dados coletados foram analisados a partir de um referecial crítico, foi feita uma revisão bibliográfica dos principais autores que abordam a temática, análise documental e a pesquisa de campo, na qual se privilegiou a perspectiva de 39 Iniciantes à Docência atuantes no programa, por meio de aplicação de questionário como instrumento de coleta de dados. Os resultados da pesquisa revelam que o Pibid vem alcançando, em grande parte, seus objetivos referentes à valorização da formação inicial, que a experiência do aluno em formação, contribui significativamente para a apropriação de saberes inerentes à profissão e a aproximação com o espaço da escola, com o aluno real, em um espaço cheio de significados. Portanto, o Pibid, vem promovendo mudanças significativas na formação e na aproximação dos alunos do curso de Pedagogia, especialmente, com a profissão futura. Contudo, a pesquisa demonstra também, que como não há normas, leis que garantam sua permanência, a depender do jogo de interesses de grupos que detenham o poder de decisão, esta política pode ser reformulada, sofrer cortes orçamentários e, consequentemente, redução de financiamentos na manutenção de bolsas, como podemos verificar com a chamada Pública 7/2018 que trouxe mudanças no seu formato, voltando seu foco tão somente para os anos iniciais de formação, não abrindo a possibilidade do aluno, participar até o final do curso de formação. Portanto, o Pibid corre o risco de ser desfeito a qualquer momento, como qualquer outra política de governo, pois não há uma garantia de sua permanência, tampouco ampliação, a depender do interesse político do governo que estiver na gestão as interferências podem ser nefasta a eficácia do programa. Palavras-chave: Políticas Educacionais, Formação de Professores, Pibid, Saberes da Docência. Referências BRASIL. Edital 07/2018 PIBID. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior/CAPES Disponível: https://www.capes.gov.br/images/stories/download/editais/01032018-Edital-7-2018-PIBID.pdf. Acesso: 26/09/2018. ____. Edital 06/2018. PROGRAMA DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA . Disponível: https://www.capes.gov.br/images/stories/download/editais/01032018-Edital-6-2018-Residencia-pedagogica.pdf. Acesso em: 26/09/2018. BURTON. G. Teorizando o Estado e a globalização na política e práticas educacionais. Tradução de Silvana Aparecida Carvalho do Prado. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 9, n. 2, p. 315-332, jul./dez.2014. Disponível em: . Acesso em: 27 fev. 2017. EVANGELISTA, O. Políticas Públicas Educacionais Contemporâneas: formação docente e impactos na escola. XVI Encontro Nacional de Didática e práticas de Ensino ENDIPE. Campinas: Junqueira & Marin Editores, 2012. FREITAS. H. C. L. de. A (nova) política de formação de professores: a prioridade postergada. Educação & Sociedade, Campinas, v. 20, n.100 - especial, p.1203-1230, out. 2007. Disponível em:. Acesso em: 21 abr. 2016. GATTI. B. A.; BARRETO. E. S. S. (Org.).Professores do Brasil: impasses e desafios. Brasília: Unesco, 2009. GATTI. B. A.; BARRETO. E. S. de S.; ANDRÉ. M. E. D. A. Políticas docentes no Brasil: um estado da arte. Brasília: UNESCO, 2011. HÖFLING. E. de M. Estado e políticas (Públicas) sociais.Cadernos CEDES, Campinas, ano XXI, n. 55, p. 30-57, nov., 2001. Disponível em: . Acesso em: 23 out. 2016. MAINARDES. J. Reinterpretando os Ciclos de Aprendizagem. São Paulo: Cortez, 2007. MINAYO, M. C. S. (Org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade.34.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. SHIROMA, E. O.; CAMPOS, R. F.; GARCIA, R. M. C. Decifrar textos para compreender a política: subsídios teórico-metodológicos para análise de documentos. Perspectiva, Florianópolis, v. 23, n. 2, p. 427-446, jan. 2005.Disponível em:. Acesso em: 5 maio 2017. SOUZA. Â. R. A política educacional e seus objetos de estudo. Revistas de Estudios Teóricos y Epistemológico em Política Educativa, v. 1 n. 1, p. 75-89, 2016.