O DESAFIO NA FORMAÇÃO DOCENTE: EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS PARA CONTRAPOR A VIOLÊNCIA E A INDISCIPLINA NA ESCOLA Moacy Silva Brito Junior/moacyjunior_@hotmail.com/Universidade Federal da Bahia Alexsandro do Rosário Albuquerque/Universidade Federal da Bahia João Henrique da Silva e Silva/Universidade Federal da Bahia Matheus Santos Silva Figueiredo/Universidade Federal da Bahia Calincola costa Cardoso da Silva/Docente Noeili Pertile/Coordenadora PIBID-Geografia UFBA Eixo Temático: Cidadania, Direitos Humanos e Interculturalidade - com ênfase na educação em direitos humanos, na superação da violência e da indisciplina nas escolas, em suas diferentes formas de manifestação. Agência Financiadora: CAPES Resumo O contato com a prática docente vai muito além do modelo "aplicacionista", onde o docente está presente na sala de aula apenas para transmitir os conteúdos programáticos sem promover uma reflexão necessária e construtiva para os estudantes. Nesse sentido, este trabalho pretende abordar questões enfrentadas no ambiente escolar e como estas interferem diretamente na prática docente e na formação do estudante. Independentemente do seu público, os docentes devem auxiliar na formação dos sujeitos na construção do senso crítico, despertando, a partir disso, a reflexão sobre questões recorrentes que permeiam toda a sociedade. A prática da cidadania é uma atividade que percorre diversos espaços e instituições durante toda a vida do indivíduo, a exemplo, a família, a escola, a rua, pois, são nestes espaços que a criança ou o jovem tem contato com outros indivíduos de diferentes culturas, religiões, costumes, lugares etc., e essa convivência é fundamental para a construção de um cidadão, nas relações diretas com o outro, com a diversidade. Mas, precisa-se ressaltar os desafios da construção dessa cidadania no Brasil diante da organização e produção do espaço, como já questionou Santos (1987) tendo em vista que a cidadania é um processo histórico e social que foi construída ao longo do tempo e moldada a partir do processo de urbanização e industrialização no país, concentrando riquezas na mão de poucos, excluindo muitos e contribuindo com a polarização da população brasileira em diversos setores (educação, saúde, política, econômica, cultura, etc.). Nesse mesmo sentido, nesta sociedade capitalista, o "ser cidadão" depende de sua relação com o consumo, ou seja, o "ser consumidor", consumo este determinado socialmente (SILVA, 1990) e bastante influenciado pela mídia. Nesse sentido, a educação no Brasil ainda precisa passar por melhorias, pois, isso garante uma formação de qualidade e uma educação não conservadora que vai interferir diretamente nas práticas sociais. A violência e indisciplina nas escolas são malefícios que aparecem de forma gritante na educação brasileira, estabelecendo-os como um os principais fatores da evasão escolar. Acerca desta questão, foi possível constatar, na prática da realidade da escola Ivone Vieira Lima, localizada no bairro do São João do Cabrito, subúrbio ferroviário de Salvador, na Bahia, por meio de observação em nossas experiências a partir do Programa de Iniciação à Docência (PIBID). Diante de outras incertezas que afligem o jovem estudante brasileiro, na educação por exemplo, as questões indicadas são referentes à estrutura deficitária nas escolas, aos professores desestimulados, à falta de merenda escolar, às famílias desestruturadas, entre outros. Todos esses problemas, no conjunto, podem contribuir para a indisciplina e até mesmo a violência dos jovens estudantes. Muitas vezes como válvulas de escape para superar suas frustrações e impor seus desejos perante a sociedade, começando pela escola. Nessa perspectiva, as escolas das periferias da cidade refletem a falta de investimento por parte do Estado. As carências socioeconômicas e afetivas dos alunos fazem com que o ambiente escolar seja visto como um ambiente de lazer, como pode ser entendido em PAIVA e BURGOS (2009). Isso acontece porque grande parte dos alunos também já são trabalhadores informais, colaboram com sua família na complementação da renda. A partir dessas situações supracitadas, torna-se latente a promoção de ações orientadas e a implantação de programas específicos com o intuito de difundir a cidadania e os direitos humanos no corpo educacional. A prioridade é estabelecer orientações para a melhor convivência coletiva, que requer o acesso ao espaço público de forma igualitária para um mundo comum através do processo de asserção dos direitos humanos. Dessa forma, pode-se pensar em algumas maneiras de aproximar discussões, voltadas aos direitos constitucionais, sociais e direitos coletivos. No ensino fundamental, por exemplo, os alunos se encontram em uma faixa etária de formação da personalidade e é onde eles podem ter, em sua maioria, o contato inicial com os princípios constitucionais que regem a nação brasileira. Nela, os direitos e deveres, bem como as consequências das indisciplinas para o meio social, por exemplo. Nisso reside à importância do conhecimento pleno da lei, aprender a respeitar a convivência coletiva e as diferenças de gênero, cor, religião e classe social. Diante do exposto, a cidadania é um processo de constante construção e deve ser passível de discussão e análise no meio educacional de maneira a estimular a consciência e a práxis do corpo docente e discente, tanto das universidades quanto das escolas. Palavras-chave: Cidadania, Direitos Humanos, Educação, Docente. Referências PAIVA, Angela Randolpho; BURGOS, M. Baumann (Orgs.). A escola e a favela. Rio de Janeiro: Editora da PUC-Rio; Pallas, 2009. SANTOS, Milton. O Espaço do Cidadão. São Paulo: Editora Nobel, 1987. Silva, Lenyra Rique. A natureza contraditória do espaço geográfico. São Paulo: Contexto, 1991.