EXPERIÊNCIAS E PRÁTICAS FORMATIVAS EM MATEMÁTICA E SUAS IMPLICAÇÕES NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOCENTE Francilene de Souza Pastoura/francilene_pastoura@hotmail.com/ Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE) campus Cedro Francisco José de Lima/ Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE) campus Cedro O presente trabalho faz parte da terceira etapa de um estudo de iniciação cientifica que tem como título: Formação inicial docente e interlocuções formativas no contexto da licenciatura em matemática: implicações para a prática profissional do professor, vinculado ao Programa Estudante Voluntário em Iniciação Cientifica (PEVPI) - 2017/2018 da Pró-Reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PRPI) do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) e tem por objetivo, compreender a prática docente em matemática como espaço de desenvolvimento profissional, bem como, problematizar as interlocuções formativas vivenciadas no contexto da licenciatura e observar as repercussões na prática profissional docente diante da complexidade da formação do professor de matemática. A relevância desse estudo se justifica pela possibilidade de discutir o processo de formação inicial para o exercício da docência, observando os múltiplos diálogos presentes no contexto do curso de licenciatura, como caminho para a promoção da aprendizagem do professor de matemática. Os estudos que tratam sobre o processo de desenvolvimento profissional do professor é cada vez mais recorrente, uma vez que, se trata de um processo de formação permanente (FIORENTINI; CRECCI, 2013). Há também pesquisadores que afirmam que para se construir um profissional qualificado é necessário refletir e apontam os estágios supervisionados como espaços propícios para esse fim (LIMA; SILVA; SILVA et al, 2010; CARDIM; GRADO, 2011). Nos estágios, a observação permite ao futuro professor, analisar o exercício profissional docente. Observar a prática permite distinguir que tipo de profissional esses futuros professores pretendem se tornar, uma vez que, é muito importante perceber possíveis mudanças que podem acontecer nos docentes durante a sua atuação em sala de aula (COSTA; GONÇALVES, 2005). Neste sentido, acompanhar outro profissional exercendo o magistério, mostra-se como a melhor forma de perceber a dinâmica do fazer docente, compreendendo o que o mercado de trabalho espera do futuro professor, percebendo que a aprendizagem da docência precisa pactuar elementos teóricos com situações reais, sendo esta articulação um dos aspectos centrais para o exercício da docência (LIBÂNEO; PIMENTA, 1999). Assim, o processo de construção identitário é longo e contínuo, possibilitando análises do tipo de profissional que o futuro docente está predisposto se tornar. Tratar do processo identitário do professor não é simples, em decorrência das mais variadas interfaces que esses futuros profissionais estão sujeitos durante o seu longo período de descoberta identitária. Nestes termos, a construção da identidade docente apresenta-se como um processo complexo, pois acontece conforme a apropriação do sujeito a partir dos sentidos da sua história pessoal e profissional (MARTINS et al, 2008). Dessa forma, Tardif (2002) apud Lima, Silva e Silva et al (2011), afirmam que é necessário estudar e entender o saber docente, bem como, relacionar com as experiências de vida, a sua trajetória profissional e sua relação com a comunidade escolar. A proposta está ancorada nos pressupostos da pesquisa qualitativa, recorrendo a revisão de literatura e a entrevistas semiestruturadas. As entrevistas foram utilizadas como instrumento de coleta de dados e foram realizadas com três docentes formadores de professores que atuam em um curso de Licenciatura em Matemática em um campi do IFCE no interior do Ceará. Os dados coletados permitiram observar que os pesquisados tem um bom tempo de exercício na docência e como é vasta a sua experiência em sala de aula. Ao relatarem suas trajetórias, os professores tiveram a oportunidade de buscar elementos do percurso profissional e evidenciaram a questão salarial, as condições de trabalho; a relação teoria e prática; a mudança de postura adotada pelo docente e o choque de realidade ao se depararem com a realidade da sala de aula. Um fato interessante nos dados coletados são os relatos atinentes à decisão para ingressar em um curso de formação docente, os quais foram incentivados, em boa parte, por colegas e professores. Nos limites deste texto, é possível admitir que os professores reconhecem a relevância das múltiplas interlocuções vivenciadas durante o curso de formação inicial para aprendizagem da docência e melhor articulação entre a teoria e prática. Como processo contínuo, o desenvolvimento profissional do professor de Matemática constitui-se de experiências vividas em diferentes momentos da formação inicial e no efetivo exercício da prática docente ao longo da vida, além de evidenciar a importância dos estágios para a formação de futuros professores de Matemática. Por fim, observa-se que esse processo de desenvolvimento é contínuo e se fará presente em todo o percurso vivido pelo professor. Palavras-chave: Desenvolvimento profissional, Formação inicial, Identidade docente. Referências CARDIM, Viviane Rocha Costa; GRANDO, Regina Célia. Desenvolvimento Profissional Docente: passado e futuro. Educação Matemática Pesquisa, São Francisco, v. 13, n. 1, p.1-34, jul. 2011. Disponível em: . Acesso em: 10 jul. 2018. COSTA, Roseli Araújo Barros; GONÇALVES, Tadeu Oliver. NARRATIVAS DE CRISE: CRISE DE IDENTIDADE, CRISE DE SENTIDO?! Amazônia, Pará, v. 2, n. 4, p.15-23, jan. 2006. Disponível em: . Acesso em: 26 set. 2018. FIORENTINI, Dário; CRECCI, Vanessa. Desenvolvimento Profissional Docente: Um Termo Guarda-Chuva ou um novo sentido à formação? 2013. Disponível em: . Acesso em: 21 jul. 2018. LIBÂNEO, J. C; PIMENTA, S. G. Formação de profissionais da educação: visão crítica e perspectiva de mudança In: CAMARGO, E. S. P. et al. Formação de profissionais da educação: políticas e tendências. Educação & Sociedade. Campinas: CEDES, Ano XX, nº 69, p. 239-277, 1999. LIMA, Luana Pinheiro et al. SABERES DOCENTES MANIFESTADOS SOBRE A PRÁTICA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL (EA): As concepções de duas professoras do ensino fundamental de uma escola pública de Marabá/Pa. Amazônia, Marabá, v. 7, n. 13, p.54-65, dez. 2010. Disponível em: . Acesso em: 06 jul. 2018. MARTINS, France Fraiha et al. FORMAÇÃO PÓS-GRADUADA: (RE)INVENTANDO IDENTIDADES. Amazônia, Paraíba, v. 4, n. 8, p.21-29, dez. 2008. Disponível em: . Acesso em: 14 jul. 2018.