O orgulho é considerado por diversos pensadores como o centro de todos os vícios. Tendo em vista esta asserção, temos que a vaidade é um dos vícios procedentes do orgulho. Sabendo que o mesmo tem sido bem presente na vida dos seres humanos, no decorrer da história da humanidade podemos observar o quanto à vaidade gerada pelo orgulho trouxe um desequilíbrio nas relações humanas – seja este causado num determinado contexto histórico, como também nas mitologias e contos de fadas. Tendo em vista que os contos de fadas revelam o contexto da sociedade da época, o modo de pensar e o comportamento social, prestando-se também a continuas releituras, que se adaptam aos valores e as necessidades de cada tempo. Podemos observar que muitos dos aspectos do orgulho e da vaidade são colocados em evidência em algumas passagens dos contos de fadas como exemplo, o conto da “Branca de Neve”. Diante desse contexto, nosso estudo dispõe-se a tentar responder a seguinte problemática: como o conto “Branca de Neve” pode nos apresentar e nos suscitar a pensarmos acerca das nuances do tema orgulho e vaidade, que são tão presentes na configuração estética, psíquica e, portanto, existencial do ser humano? Tendo em vista esses aspectos, essa pesquisa tem como objetivo analisar filosoficamente o tema supracitado a partir do conto “Branca de Neve” dos irmãos Grimm. Por pensarmos esse tema na perspectiva de um conto infantil este estudo abre portas para diversas reflexões acerca de uma questão tão contemporânea, fazendo uma releitura filosófica das passagens que despontam o fenômeno do orgulho e da vaidade, que influenciam fortemente as relações sociais.