O presente trabalho apresenta os resultados de um levantamento sobre a produção acadêmica brasileira sobre bebês que teve origem em estudos da invisibilidade histórica, cívica e científica das crianças pequenas (SARMENTO, 2007), da invisibilidade dos bebês nas produções acadêmicas (GOTLIEB, 2009) e da Desigualdade social sofrida pelas crianças brasileiras (ROSEMBERG, 2006). Seu principal objetivo foi identificar como as produções acadêmicas brasileiras sobre bebês distribuem-se quantitativamente nas diferentes áreas do conhecimento e caracterizar a evolução dessas produções ao longo do tempo. A fonte de dados utilizada nesse estudo foi a Plataforma de Currículos Lattes do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPQ), utilizando como descritor de busca a palavra “bebê”, o que resultou na identificação de 2.969 currículos, dos quais foram analisados os primeiros 600 currículos, uma amostra de 20% de universo. Dessa amostra de currículos foram extraídas as seguintes informações: produções cujo título possuía o descritor bebê, área do conhecimento em que a produção se insere, ano de publicação da produção e tipo de produção acadêmica. Além disso, foram registrados o nome e formação acadêmica de cada autor. Como resultados destaca-se a predominância de produções nas áreas da Ciência Humanas (especialmente na Pedagogia e Psicologia) e Ciências da Saúde, que juntas somam 92,6% do total de produções; o aumento significativo de produções nestas duas áreas nas últimas décadas (de 11 produções nos anos 1980, passando para 128 nos anos 1990, chegando a 604 na primeira década de 2000), assim como a ausência de produções na área de Ciências Sociais; e quanto ao tipo de produção, foi constatada a predominância de capítulos de livro, artigos e trabalhos completos apresentados em eventos científicos (quase 80% das produções). Considera-se importante a realização deste trabalho para subsidiar as atuais discussões sobre a invisibilidade dos bebês bem como identificar melhor a necessidade de realização de futuros trabalhos sobre o tema.