O desenvolvimento de atividade de educação em saúde direcionada para adolescentes escolares é fundamental, especialmente na Estratégia Saúde da Família, tendo em vista que está é responsável por desenvolver ações direcionadas para a promoção e prevenção de agravos à saúde do indivíduo e da comunidade. A vivência da sexualidade na adolescência acarreta implicações no processo reprodutivo e na própria saúde do adolescente. Nessa fase da vida, esses indivíduos assumem comportamentos para os quais não estão preparados, como iniciar relacionamento sexual precocemente, o que se deve, muitas vezes, à ansiedade de viver de maneira rápida e intensa, razão pela qual não refletem sobre suas atitudes. Desse modo, este estudo teve como objetivo identificar a percepção dos adolescentes escolares sobre saúde sexual e reprodutiva. Trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa, baseado no emprego de uma atividade, na modalidade de jogo educativo. Foi desenvolvido em novembro de 2015, com 34 adolescentes escolares de 14 a 17 anos de idade, uma escola pública de Fortaleza, Ceará. Para a coleta de dados, foi aplicado questionário contendo 14 questões relacionadas a temática saúde sexual e reprodutiva. O estudo foi desenvolvido em duas etapas: 1ª) Aplicação do questionário e 2ª) Roda de conversa sobre saúde sexual e reprodutiva. Na primeira etapa houve a construção do jogo educativo. Para isso, foi realizada revisão de literatura sobre a temática. Em seguida, houve o desenvolvimento do jogo, na modalidade de Jogo dos Sete Erros, o qual tinha como objetivo divertir e ao mesmo tempo compartilhar informações acerca da temática saúde sexual e reprodutiva. Na segunda etapa, houve a roda de conversa, onde facilitadoras aproveitaram as perguntas contidas no jogo educativo, a fim de propiciar uma reflexão dialógica entre os adolescentes. Resultados demonstraram que a maioria dos adolescentes apresentaram conhecimento superficial sobre a temática abordada no jogo educativo. Muitos não conseguiram diferenciar o conceito de sexo e sexualidade. Apresentavam conhecimentos errôneos acerca das doenças sexualmente transmissíveis. Pode-se concluir que a atividade educativa contribuiu para o conhecimento dos adolescentes quanto a saúde sexual e reprodutiva, favorecendo que conceitos fossem esclarecidos e desmistificados. Os adolescentes acreditaram ser essencial a realização de atividades educativas em saúde na escola, pois a experiência das intervenções sobre saúde sexual e reprodutiva possibilita um (re) significação de conhecimentos e comportamentos saudáveis, além do fortalecimento de vínculos com os profissionais de saúde. Os resultados apontam ainda para a necessidade de investimentos de programas de educação sexual envolvendo os adolescentes escolares, especialmente por meio do desenvolvimento de ações na promoção, reflexão e conscientização dos em relação as questões da saúde sexual, as quais são capazes de gerar possíveis mudanças de comportamento.