A pesquisa no setor de desenvolvimento de fármacos baseia-se nos fundamentos da Química Medicinal. A combinação planejada de blocos estruturais com atividades biológicas bem estudadas, juntamente com o desenvolvimento de metodologias em síntese química, representa um dos primeiros passos de um processo que pode chegar a 20 anos. Na busca por substâncias potencialmente bioativas nos levou a selecionar os grupos 1,2,4-oxadiazol e tiossemicarbazida como subestruturas de moléculas mais complexas. O bloco heterocíclico 1,2,4-oxadiazol é relatado na literatura como detentor de atividades biológicas tais como antimicrobial, neuroprotetora, antitumoral e antiinflamatória. Por outro lado, moléculas contendo o grupo tiossemicarbazida apresentam atividades bactericida, antifúngica e antituberculostática. Em trabalhos anteriores do nosso grupo, propôs-se, a partir de um planejamento bioisostérico por hibridização molecular, incorporar ambos os grupos a fim de avaliar suas atividades biológicas. Partindo desse planejamento, após otimização das metodologias de síntese, foram obtidos oito intermediários 1,2,4-oxadiazóis em ótimos rendimentos. Na última etapa, os oito híbridos de 1,2,4-oxadiazóis e tiossemicarbazidas foram sintetizados em rendimentos variando de 64 a 90% empregando o isotiocianato de fenila. Ressalta-se o caráter inédito desses compostos. No momento, outras séries de híbridos estão sendo preparadas a partir de diferentes isotiocianatos p-substituídos (R= CH3, F, Cl, NO2, OCH3, OH). É possível destacar rendimentos moderados (60-70%) das séries obtidas dos isoticianatos p-substituídos com grupos CH3, Cl, NO2. Os 1,2,4-oxadiazóis e seus intermediários já foram completamente caracterizados por espectroscopia de IV e RMN de 1H e 13C (uni e bidimensional). A atividade antitumoral está em fase de avaliação empregando testes in vitro.