A Escola precisa deixar nítido o tipo de educando que pretende formar, ou seja, aquele que no meio social de transformações cotidianas, que no mundo do trabalho, seja capaz de compreender e transformar o seu papel no meio social através dos conhecimentos e ensinamentos assimilados nas instituições formais. Este trabalho é resultado de uma pesquisa em andamento no âmbito do Mestrado Acadêmico Intercampi em Educação e Ensino (MAIE), da Universidade Estadual do Ceará. O estudo justificou-se pela importância de análise critica entre a formação técnica e a formação cidadã, com fundamentos na proposta expressa pela missão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE, no que concerne a política estudantil proposta e a missão do Instituto no desenvolvimento da pesquisa, ensino e extensão. Desta forma nosso objetivo foi compreender e analisar criticamente a formação cidadã e atuação da política de assistência estudantil e seus rebatimentos nos discentes dos cursos técnicos do IFCE. A proposta desta pesquisa se inseriu no cenário de expansão dos Institutos Federais no interior do Estado, expansão da educação subordinado às necessidades e exigências do capital. A profissionalização aparece como elemento central nos discursos e nas ações institucionalizadas, bem como na efetividade da Política de Assistência Estudantil, seja pelas subjetividades que projetam expectativas diferentes, seja pela não garantia de inserção profissional, após o término do curso, já que esta é o objetivo central deste modelo de educação. O trabalho foi relevante também pois evidenciou o trabalho desenvolvido pelos profissionais da Assistência Estudantil (assistentes sociais, psicólogos (as), enfermeiros (as), entre outros), cujo principal desafio é articular os diversos atores institucionais, a fim de viabilizar a igualdade de oportunidades e trabalhar a redução da repetência e da evasão. A assistência estudantil, é uma política regulamentada recentemente, mas há anos sendo executada, porém, ainda carece de estudo e sistematização, principalmente, na sua atuação para a articulação entre ensino, pesquisa, e extensão e concepção política para a formação discente. O caminho metodológico se constitui em uma revisão bibliográfica, e em pesquisa documental da instituição pesquisada. Tivemos como resultados que a formação técnica prioriza a reprodução do capital, apontando uma educação voltada para a empregabilidade no mercado de trabalho de forma aligeirada, pois o que ainda está por trás dessa proposta são interesses antagônicos da sociedade burguesa. Concluímos, até o momento que, o trabalho desenvolvido pela política de assistência estudantil para uma formação cidadã crítica ainda enfrenta imensos desafios a serem superados no que diz respeito a uma formação de qualidade para fortalecer os discentes na superação de um ensino dual, que busca atender o interesse da classe burguesa, em detrimento da formação crítica e cidadã do trabalhador. Levando em consideração que a educação se torna fundamental para o desenvolvimento do ser enquanto sujeito crítico, esta deve favorecer um conhecimento amplo ao individuo, sendo fundamental para a qualificação profissional.