As recomendações dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino de Ciências apontam para uma participação mais ativa do aluno na construção do conhecimento em detrimento da mera transmissão de informações prontas e inquestionáveis, neste sentido, o trabalho prático é tido como uma modalidade didática que atende a essa demanda. Esse trabalho teve como objetivo investigar a relação que os professores do ensino fundamental e médio possuem com o trabalho prático. Para isso, foi realizada uma pesquisa de campo de abordagem qualitativa usando um questionário como forma de coleta de dados. A pesquisa envolveu entrevistar oito professores da área de Ciências da Natureza sobre como os professores definem atividades práticas, se recebem algum incentivo para sua realização, de quem recebem auxílios e quais as dificuldades encontradas para a realização dessas atividades. Após a coleta, foi realizada a categorização dos dados segundo os parâmetros do método da análise de dados. As análises revelaram que as concepções dos professores estão relacionadas a atividades experimentais, lúdicas, recursos didáticos e ambientes alternativos e atividades centradas no aluno. Sete dos professores afirma receber estímulos para a realização dessas atividades, sendo os alunos o principal agente motivador enquanto gestores, professores coordenadores e professores de laboratório foram pouco citados. As principais dificuldades relatadas foram em relação a elaboração das práticas, excesso de alunos por turma, ausência de espaços, materiais e tempo, ausência de sugestões dos livros didáticos e falta de formações voltadas ao compartilhamento de vivências. Com esses resultados, afirmamos que o incentivo dado pelos alunos ao uso de atividades práticas pode estar ligado a motivação que essa modalidade didática lhes proporciona. Reconhecemos a carência de iniciativas necessárias a redefinição e reorientação do conceito de trabalho prático para os professores de Ciências com o intuito de explorar melhor o potencial dessa modalidade didática. Embora o trabalho prático seja um facilitador da aprendizagem, sua utilização é limitada em meio as condições para sua realização, entendemos que é papel da escola e dos gestores auxiliar o professor incentivando a realização de tais atividades mas fornecendo condições adequadas para sua concretização.