O estudo ora apresentado traz como proposta a discussão dos efeitos de
modalidades e práticas pedagógicas aplicados ao ensino da escrita alfabética. Tratam-se de
estratégias que visam a aquisição da língua escrita por crianças/alunos surdos. O ponto de
partida é, portanto, o processo de alfabetização, entendido como algo que transcende o
conceito de leitura e escrita e que engloba a aquisição de conhecimentos, bem como o
desenvolvimento de habilidades cognitivas, ambos necessários para o desenvolvimento do
pensamento, compreensão e comunicação. O enfoque adotado na pesquisa é, então, de ordem
teórico-conceitual, por centrar-se na (re)construção de conceitos e ideologias necessários ao
aprimoramento dos fundamentos teóricos já desenvolvidos sobre a temática. Em virtude da
grande complexidade que cerca o ensino da Língua Portuguesa para surdos, o conceito de
"multialfabetizações" se apresenta como modelo mais adequado ao desenvolvimento de
alfabetização desses alunos, conduzido, geralmente, por estímulos visuais que levam à
aprendizagem. O modelo incorpora também componentes de aquisição de Libras, (como um
apoio pedagógico), o letramento, a escrita, a alfabetização, a cultura surda e uma ampla
variedade de mídias. A ampliação do diálogo sobre o desenvolvimento da alfabetização de
crianças/alunos surdos acontece, portanto, por meio de uma proposta baseada num conceito
bastante holístico de alfabetização, com ênfase nos conhecimentos de uma ampla matriz de
resultados de pesquisas e em diferentes construções teóricas que apontam para a necessidade
de se reconhecer a tendência natural dos alunos surdos em aprenderem através do canal
visual.