O presente trabalho tem por objetivo explanar acerca de uma pesquisa de mestrado que teve como principal objetivo compreender a condição de permanência do estudante de origem popular na Universidade a partir do seu processo de socialização. A UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte foi o lócus da pesquisa, com a participação dos graduandos populares de cursos das áreas de Humanas (Ciências Sociais e Direito), Biomédica (Ciências Biológicas e Odontologia) e Tecnológica (Matemática e Engenharia Civil). Na primeira etapa da investigação, incluindo uma abordagem etnográfica com registros descritivos do campo das observações, aplicou-se um questionário em turmas a partir do terceiro período (semestre) do curso. No segundo momento, realizou-se entrevistas semiestruturadas com seis representantes, um estudante de cada graduação delimitada. A partir da fala dos sujeitos, definiram-se quatro categorias analíticas: a) Trajetórias formativas: escolares e familiares; b) Caminhos acadêmicos: tensionados e factíveis; c) Socialização universitária: formal e cordial; e, d) Prospectiva profissional: continuada e (des)continuada. Assim, considerando-se as várias dificuldades para a permanência, independentemente da origem social, todos os estudantes têm que (re)inventar-se para se manterem em seus cursos. Nesse cenário de barreiras econômicas e obstáculos educacionais, os laços de amizade, parcerias em grupos, sociabilidade nas praças, bares, cantinas e a ajuda dos pares, são vistos como sendo essenciais para a sobrevivência estudantil, fenômeno que devido a essas relações sociais e afetivas denominou-se de socialização acadêmica cordial.