: A literatura, segundo Antônio Candido (1988), é indispensável para a constituição humana, sendo instrumento fundamental para o processo de “humanização”. Entretanto, ela se torna um tema bem controverso quando o assunto é sua presença na sala de aula. Ao mesmo tempo em que diversos estudiosos ressaltam a importância dessa prática, denunciam que esta não se dá de forma adequada. Sabe-se que o principal apoio docente brasileiro é o livro didático, assim, os procedimentos propostos por esse manual devem contribuir para um ensino profícuo desta arte. Com o intuito de analisar como dois livros propõem os exercícios nessa área, no presente trabalho, refletimos e comparamos as propostas com os pressupostos de teóricos da área, buscando observar as aproximações do discurso e da prática. Os manuais selecionados foram Universos: língua portuguesa e Diálogos em gêneros, ambos do oitavo ano do ensino fundamental. O primeiro livro possui apenas um poema, seu trabalho é mais voltado para o texto teatral, ao qual são destinados dois capítulos, sendo apresentados dois fragmentos de peças. O segundo livro trabalha quatro contos, na íntegra, e dois poemas. De acordo com os teóricos analisados, além de fazer a literatura presente na sala, é necessário trabalhá-la de forma adequada, dando vez ao seu conteúdo e não apenas à forma e à gramática. Observamos que nos livros analisados o trabalho de análise linguística existe, entretanto sem se sobrepor à reflexão proposta pelo texto literário. Concluído os estudos, observamos que os manuais estudados propõem atividades relevantes no que tange à literatura, embora reservem pouco espaço a ela. A pesquisa teve por aporte teórico os estudos de Antonio Candido (1988), Zoara Failla (2016), Regina Zilberman (2009), Rildo Cosson (2014) e Irandé Antunes (2003).