O ensino de literatura em sala de aula é desafio constante ao educador frente à resistência ou desinteresse do alunado com relação às temáticas e conteúdos abordados. Para que o processo ensino-aprendizagem se desenvolva de forma efetiva é necessário produzir aulas dinâmicas e atrativas ao corpo discente. Nesse viés, a literatura de cordel, ou folhetos, nordestina é elemento imprescindível de discussão/compreensão dos aspectos culturais/políticos/subjetivos da região nordeste, além de fator de grande relevância na constituição da literatura brasileira e mundial. Objetivamos, no presente estudo, refletir acerca da historicidade do cordel e sua respectiva produção e inserção no meio social. Buscaremos compreender a implicação do cordel para o aprimoramento das atividades de leitura e escrita em sala de aula, para tal, apresentaremos os resultados de uma pesquisa na rede pública de ensino, a qual comprova a relevância da abordagem dos cordéis na escola, para o crescimento intelectual e subjetivo e à valorização da literatura popular no ambiente escolar. Através de pesquisa bibiográfica e documental, discutiremos a importância do cordel para a literatura em geral e, principalmente, para a valorização da cultura popular e da subjetividade nordestina. O reconhecimento e reflexão das diversas culturas que compõem ativamente a subjetividade brasileira são indispensáveis à formação do sujeito pertencente a tal conjuntura. A presença da produção nordestina na formação da literatura brasileira ao longo dos anos é não só afirmada pelo cordel, é, também, um importante objeto de problematização das hierarquias e silenciamentos de determinados tipos de obras artísticas na literatura e na memória nacional.