Trata-se de um relato acerca da experiência de três estagiários do curso de graduação em enfermagem no que concerne às ações de adaptação implantadas, assim como a criação de um instrumento facilitador de rotina para colaboradores com deficiência intelectual no serviço de higienização, em um setor administrativo do hospital privado de Salvador-BA. Diante do exposto, foi solicitado aos estagiários do curso de graduação em enfermagem o acompanhamento diário para identificação das fragilidades, entraves ou comportamentos que limitassem ou impedissem a natural participação social destes profissionais, com intervenções em tempo real. Foi possível desta forma, alcançar o desempenho desejado. O processo e estrutura adaptados à condição dos profissionais e o reconhecimento das suas potencialidades permitiram a obtenção de resultados tão exitosos quanto aqueles alcançados por profissionais que atuam na instituição em questão e não apresentam nenhum tipo de deficiência. Diversas dificuldades foram evidenciadas como: fixação de rotina diária; vagarosidade; desatenção na realização de atividades; déficit na memorização de ambientes; confusão na utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI), além de queixas frequentes dos clientes da do hospital. Inúmeras vezes houve necessidade de intervenção por parte das lideranças de enfermagem do setor de hotelaria, sobretudo junto aos clientes para que soubessem da importância do feedback, alimentando planos contínuos de melhorias. Os estagiários, engajados com o propósito da inclusão, reforçaram as rotinas e técnicas corretas do serviço de um ajudante de governança, além de interagirem com palavras de incentivo e confiança. No entanto, mesmo com as ações supracitadas, as PCDI mantiveram as dificuldades de desenvolver sozinhas as suas atribuições, apontando para a necessidade de aprimoramento das estratégias, as quais foram idealizadas com o intuito de aproveitar ao máximo o potencial dos contratados e deixá-los confortáveis e seguros para desempenharem suas funções. Sendo assim, elaborou-se outro instrumento para facilitar a realização adequada da rotina preconizada pelo serviço. Inicialmente, a utilização das figuras geométricas apresentou algumas limitações que poderiam interferir no entendimento da mensagem pelo colaborador e usuários do serviço, considerando que haveria necessidade de mexer na sinalização visual da instituição. A partir deste entendimento, buscou-se o aperfeiçoamento do instrumento através da criação de um impresso com detalhamento das atividades, disponibilizado no Depósito de Material de Limpeza (DML), tendo como objetivo identificar através de imagens a ordem de prioridade das tarefas, os ambientes que deveriam ser higienizados, as técnicas corretas, a indicação das cores das luvas e organização do ambiente de trabalho. Após a implantação do projeto, os estagiários do curso de graduação em enfermagem acompanharam o andamento por cerca de 20 dias, tendo sido observada uma melhora significativa na identificação dos ambientes e atividades desempenhadas e correta utilização das luvas. A elaboração do instrumento de fácil compreensão facilitou a adaptação da PCDI ao perfil de exigência do serviço e também proporcionou a inclusão, pois ofereceu suporte estrutural, administrativo e emocional para que realizassem suas tarefas de maneira eficiente e organizada com a ajuda do facilitador, outro aspecto relevante foi o retorno positivo e a redução do número de sinalizações negativas realizadas pelos clientes.