Esse trabalho tem por objetivo analisar as conflituosas relações entre práticos populares e médicos na transição dos séculos XIX e XX, bem como os discursos que envolviam as práticas populares de cura na Paraíba. Para tanto, observamos o posicionamento de instituições médicas como a Sociedade de Medicina e Cirurgia da Parahyba e da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, através das relações estabelecidas entre médicos e práticos populares no ofício de curar. Buscamos assim entender como se davam as relações entre ambos seja num mesmo ambiente de trabalho como no tratamento destinado para com a população. Analisando também algumas concepções e definições entre o erudito e o popular que semeavam no contexto político e social da época. Apesar das licenças dadas aos práticos populares, se tornou notória a existência de vínculos de poder pelos médicos contra os práticos populares, através dos discursos médicos que emergiam na época. A terapêutica popular se fez presente no território paraibano, com a forte presença de curandeiros, parteiras, benzedores, rezadeiras, que exerceram suas atividades de cura para com a população enferma e doentia. Utilizamos como referencia Pimenta (2003), para pensar nessas relações que permeavam entre os médicos e práticos, e, Chartier (1990) e Burke (2008) que ajudaram a pensar as definições entre o erudito e popular.