CORREA, Maria Francisca Ribeiro. Escola ribeirinha: encantos e desencantos. Anais IV FIPED... Campina Grande: Realize Editora, 2012. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/429>. Acesso em: 13/11/2024 03:53
RESUMOA presente abordagem resultou da experiência com a pesquisa realizada no decorrer da conclusão do curso de Pedagogia na Universidade Federal do Pará e discute a temática Escola do Campo, tendo como lócus a Comunidade do Rio Quianduba, especificamente o contexto da Escola Dionísio Hage, localizada no Projeto de Assentamento Agroextrativista Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na região das Ilhas do Município de Abaetetuba, Estado do Pará. Intitulando-se Escola Ribeirinha: Encantos e Desencantos, este trabalho olha para o universo da escola ribeirinha buscando analisar os entraves que dificultam a concretização da proposta de educação no e do campo, segundo o que estabelece as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. Para isso, utilizamos como metodologia o estudo de caso, orientado pelo paradigma qualitativo de pesquisa, permitindo assim constatar que o universo das populações ribeirinhas não está inscrito no cotidiano e nas práticas escolares, as experiências e valores vividos na comunidade não são mencionados no currículo, o tempo/espaço da escola ribeirinha é alheio ao tempo/espaço do rio, da maré, dos períodos de chuva forte e correntezas, da safra do açaí e dos modos de vida e produção local. Nesse sentido, apesar dos avanços trazidos pelas Diretrizes Operacionais, o referencial didático pedagógico que de fato norteia as ações na escola ribeirinha, ainda está impregnado por uma concepção que nega a cultura e o saber local e os processos de formação de professores ainda desconsideram a dinâmica e o contexto campesino.