Este manuscrito é um recorte da dissertação de mestrado em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo intitulada “Vivendo com hanseníase: representações sociais e impactos no cotidiano”. A hanseníase é a patologia mais antiga já registrada, existe na história uma carga religiosa muito presente na Hanseníase, a discriminação dos pacientes foi inspirada no livro de Moisés, o Levítico 13 e 14, no qual a doença toma caráter de impureza, em que se incita a exclusão do doente. A igreja católica criou um ritual denominado muitas vezes citada em livros religiosas e usadas em parábolas e crença como praga para o pecado. Por ser uma doença vista como castigo aos pecadores, desde a época do seu registro, até final do século XX, aqueles mais religiosos não acreditam serem vítimas de uma patologia, mas se pagadores de seus pecados e muitas vezes buscam tratamentos e cura somente por meio da fé, abrindo mão dos medicamentos e assistência profissional, tornando-se possíveis veículos de transmissão dos bacilos. Fatos como este, cultuados secularmente no imaginário popular, traz ao hansênico uma carga de culpa, e muitas vezes, a procura da resposta na religiosidade justifica o porquê do acometimento. Dessa forma o presente recorte abordará a vivência dos enfermos de hanseníase e como sua religião afeta de forma positiva no tratamento.