O Brasil é o único país da América Latina onde a hanseníase é considerada um problema de saúde pública, tal patologia é infectocontagiosa afetando nervos periféricos e pele, além de possuir alto poder incapacitante, se constituindo como mais um agravante na qualidade de vida da pessoa idosa, haja vista as próprias alterações orgânicas decorrentes da senescência. A hanseníase ainda pode provocar transtornos emocionais oriundos do estigma social que acompanha o contexto histórico da doença. O presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil clínico e epidemiológico dos casos de hanseníase em idosos com 65 anos ou mais no Brasil. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, retrospectivo, de base secundária e com abordagem quantitativa. A população do estudo foi constituída por 61.297 casos novos de hanseníase registrados no Brasil entre 2005 a 2015 e a amostra, 60.572 casos novos de hanseníase que atenderam aos critérios de seleção. Houve prevalência dos casos novos de hanseníase na região nordeste, no sexo masculino, classificação multibacilar. Constatou-se fragilidade dos serviços para a detecção precoce da doença, em função disso sugere-se um olhar mais especial em relação à hanseníase na pessoa idosa, por meio de ações eficazes para o diagnóstico precoce e tratamento oportuno, em especial para prevenir as incapacidades físicas decorrentes da doença.