O carcinoma cervical uterino é uma das principais neoplasias malignas que afetam as mulheres no mundo, sendo a segunda mais comum, com 471 mil novos casos por ano e cerca de 230 mil mortes anuais em todos os continentes O MS e o INCA estabeleceram, em 2011, novas diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer de colo do útero, colocando idades para o início e fim, para coleta do exame de Papanicolaou, porém não faz menção a populações especiais, isoladas e restritas como as mulheres em idosas. Com isso, este estudo tem como objetivo identificar e analisar o perfil de internações de idosas com câncer de colo uterino que utilizaram os serviços públicos de saúde na região nordeste do Brasil.Realizou-se um estudo descritivo para neoplasia maligna do colo do útero em idosas, no Nordeste, no triênio 2015-2017. Foi classificado idoso o indivíduo com idade de 60 anos ou mais, conforme o Estatuto do Idoso do Brasil. Os casos de neoplasia maligna do colo do útero foram representados pelos casos notificados pela Autorização de Internação Hospitalar (AIH), a unidade de observação do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do SUS. Nota-se que a população de idosos na população no nordeste cresceu entre 2015 e 2016. Os percentuais de idosos internados no SUS aumentaram para as UF brasileiras, com exceção do Maranhão, Ceará e da Bahia.Apesar de o câncer do colo do útero ser relativamente frequente em mulheres idosas, o impacto da idade na sobrevida da paciente ainda é incerto. O avanço da idade está associado a um decréscimo na sobrevida e tem-se mostrado um importante fator para seleção do tratamento contra o câncer. As pacientes idosas geralmente são submetidas a tratamentos menos agressivos, quando comparadas com pacientes mais jovens.Houve uma maior incidência de casos de neoplasia maligna do colo do útero no estado do Maranhão com um total de 511 idosas entre 2015-2017 referente às idosas com idades igual ou maiores que 60 anos. A idade com maior número de casos é entre 60-69 destacando os estados de Pernambuco com 368 e em seguida o Maranhão com 316 casos. Em contrapartida entre os 60-69 os estados que tiveram o menor índice de casos registrados no SUS são Sergipe com 34 e o Rio Grande do Norte com 52 idosas.A estimativa do custo direto com os serviços hospitalares para tratamento de neoplasia maligna do colo do útero para o Sistema Único de Saúde entre janeiro de 2015 e junho de 2017, totalizou R$ 6.398.852,81. Os gastos totais do SUS com os serviços hospitalares em 2016 foram maior em nos estados de Pernambuco com 649.238,58 Bahia 610.777,63 e Maranhão 547.394,45.Compreender os problemas de saúde do idoso permite adotar políticas públicas para esta população. Assim, os resultados desse estudo contribuem para entender a importância da neoplasia maligna do colo do útero no nordeste, mostrando as diferenças das internações entre as localidades analisadas e ressaltando que este é um problema de saúde do idoso que gera um alto custo para o SUS.