O presente estudo tem como objetivo apresentar fatores relacionados ao funcionamento familiar que contribuem para o aumento da vulnerabilidade do idoso à violência no estado de Alagoas. Os dados apresentados servem como subsídio para a reflexão dos profissionais da saúde que assistem famílias e que deparam, em sua práxis, com casos de maus-tratos contra os idosos, para que estejam atentos à sua ocorrência e aos fatores que podem desencadeá-los, de modo a agir preventivamente. A violência contra os idosos vem ganhando visibilidade desde a década de 1990 devido ao crescimento populacional de pessoas com mais de 60 anos, bem como das Políticas Públicas promulgadas por diversos países, entre eles o Brasil, a fim de alertar e criar medidas para lidar com o problema. O crescimento da população idosa no Brasil e o aumento da procura destas pessoas por serviços de saúde tornam a situação ainda mais preocupante. A participação relativa de idosos no Brasil era de 11,3% em 2009, e passará para 22,7% em 2050, segundo estimativa do IBGE (2010). O período de velhice também tem se tornado mais longo e chega a extrapolar 30 anos, configurando uma subpopulação idosa com necessidades diferenciadas de assistência. Durante muito tempo, a família era responsabilizada pelos atos de violência contra o idoso, porém o fenômeno do envelhecimento populacional desencadeou um processo denominado como “elevação da consciência sobre os direitos dos idosos”, despertando a sociedade para a questão do abuso aos idosos e aumentando a responsabilidade do estado. Na Assembleia Mundial de Saúde a violência foi caracterizada um problema de saúde pública mundial, tendo em vista suas graves consequências a curto e longo prazo para indivíduos, famílias, comunidades e países, além do aumento da demanda por serviços de saúde em todo mundo.