A doença de Parkinson (DP) é uma síndrome clínica degenerativa e progressiva, tipicamente associada com a perda neuronal de neurônios dopaminérgicos da porção compacta da substância nigra do mesencéfalo, apresentando as seguintes manifestações motoras: tremor de repouso, rigidez, bradicinesia e instabilidade postural. Tais sinais levam a movimentos mandibulares involuntários e a dificuldade em engolir o que afeta a função mastigatória que pode ser avaliada através da força de mordida. Como o número de estudos que abordem essa temática em idosos com Parkinson é reduzido, este trabalho avaliou a força de mordida em pessoas com DP e correlacionou com os estágios da doença, o sexo, o uso de prótese e diagnóstico de disfunção temporomandibular. Os participantes foram avaliados quanto aos critérios de elegibilidade, e se elegíveis eram aplicado o Critério de Diagnóstico para Pesquisa em Disfunção Temporomandibular (RDC/DTM), e realizavam o teste de força de mordida utilizando um dinamômetro de força analógico. Os dados obtidos foram analisados pelo test T independente (p<0,05). Foram avaliadas 77 pessoas com DP, destas 19 encontraram-se dentro dos critérios de elegibilidade, com idade média de 67 (±6) anos, distribuídas nos seguintes estágios da doença de acordo com a escala Hoehn & Yarh: oito no estágio I e II, respectivamente, e três no estágio III. Observou-se uma diminuição da força de mordida sem diferença significativa com relação aos estágios da doença, o sexo e a disfunção temporomandibular. Contudo verificou-se uma correlação significativa entre o uso de prótese e o lado direito (p= 0,004). Tendo em vista que a progressão da doença leva a uma redução da força de mordida e que o uso de próteses reduz o potencial de ação dos músculos mandibulares durante a mordida unilateral e mastigação, são indicativos da necessidade de uma maior conscientização por parte dos profissionais de saúde acerca dos cuidados da saúde bucal a pessoas com DP.