O envelhecimento consiste em um processo natural de cada ser vivo com uma série de alterações vividas ao longo do tempo. Concomitante ao processo de envelhecimento, o indivíduo idoso vivencia outras demandas relacionadas à saúde. Com isso, vem se destacando neste contexto, as intercorrências cada vez mais visível de idosos acumuladores compulsivos caracterizados pelo isolamento social, diminuição da mobilidade e interferência nas atividades de vida diária, como tomar banho, dormir, comer e limpar. A síndrome de acumulo ou síndrome de Diógenes, ocorre através do desenvolvimento inconsciente em acumular, amontoar, recolher e até comprar, estando além da vontade controlada do sujeito. Sendo assim, pacientes com síndrome do acumulo tendem a guardar e armazenar itens aleatórios, e acreditam que tais objetos pode apresentar algum valor afetivo ou financeiro, e ainda ter utilidade no futuro por isso sente-se mais seguros ao guardá-los. Esta síndrome geralmente afeta pessoas idosas e sozinhas, e é caracterizada por um distúrbio comportamental que pode afetar mais comumente os idosos, além de homens ou mulheres de qualquer idade e condição socioeconômica, levando-os ao isolamento social e a viver em condições insalubres. O objetivo do trabalho é apresentar a experiência das autoras, junto a equipe multidisciplinar em um caso de síndrome compulsiva, pontuando aspectos de todo o processo, buscando subsidiar uma melhor reflexão sobre a síndrome e potencializando as estratégias tomadas para este caso com relação as possibilidades de cuidados através do Projeto Terapêutico Singular ao Idoso. Este Relato irá mostrar uma abordagem a atenção humanizada a pessoa idosa com síndrome de acúmulo no território da Unidade de Saúde da Família Integrada Mandacaru, no município de Joao Pessoa-PB numa tentativa de oferecer melhor assistência à saúde integral. A Paciente idosa de 67 anos, mora só, sem vínculo familiar, visivelmente transtornada, desnutrida e com sinais de agressão. Foi elaborado Projeto terapêutico Singular pela equipe multiprofissional e intersetorial, entre as instituições envolvidas estava Vigilância em Saúde, Centro de Zoonoses, Centro de Referência de Assistência Social, Área Técnica de Saúde Mental, Área Técnica Saúde do Idoso, Unidade Básica de Saúde, Conselho Municipal do Idoso. O caso foi discutido em sua singularidade, visando estratégias de fortalecimento de vínculo entre a equipe de saúde e a pessoa idosa, procurou-se resgatar a história desta idosa e a sua reinserção na sociedade. O Projeto terapêutico obteve êxito, a idosa continua acumuladora mas agora seletiva, tem um acompanhamento continuo com o CAPS, participa da oficina de reciclagem de lixo no CRAS e utiliza o aprendizado para realizar a seleção do lixo e vender na cooperativa. Foram retirados oito caminhões de lixo de sua casa, a equipe da Zoonose realizou a limpeza, e a comunidade doou moveis e utensílios. As crianças passaram a incentivar o processo seletivo do lixo em sua casa para que a idosa já possa recolher o lixo sem tanta dificuldade devido as suas limitações.