Sabe-se que o envelhecimento é um processo universal e que acarreta mudanças biopsicossociais aos idosos. Nesse cenário, a implantação da caderneta do idoso na atenção básica, propicia um acompanhamento periódico de determinadas condições do indivíduo e o levantamento de outros aspectos considerados fatores de risco. A caderneta mostra-se como um forte instrumento capaz de interferir no bem estar, autonomia e na prevenção de agravos deste grupo. O objetivo desse trabalho é relatar a experiência de acadêmicos e da docente de Enfermagem da Universidade Federal de Alagoas, durante o desenvolvimento de atividades integrantes da disciplina de Intervenção e Gerenciamento de Enfermagem no Processo Saúde-Doença da Pessoa Adulta-Idosa I em Abril e Maio de 2016, ocasião na qual desenvolveram-se ações com o intuito de apresentar a caderneta e ratificar sua importância. Realizou-se uma atividade na sala de espera para o público alvo apresentando os itens presentes na caderneta. Logo após, elaborou-se uma triagem das pessoas que não a tinham, tendo sido distribuídas algumas das unidades lançadas em 2008, a qual contém 16 itens. Aproveitou-se a oportunidade para efetuar o preenchimento junto com os idosos. O foco principal foram os dados de identificação. Após esta etapa, foram apresentados os demais itens, sendo acrescidas informações à medida que eles mencionavam. Teve-se o cuidado para não interferir nas respostas. Itens como “medicações que estou usando”, “vacinas”, “controle de pressão arterial e glicemia” foram enfatizados, visto que a maioria dos entrevistados apresentava um baixo controle das vacinas a serem ministradas e/ou alguma doença crônica não transmissível, quadro predisponente para polifarmácia. Percebeu-se uma curiosidade e procura pela caderneta inclusive por pessoas que não eram da faixa etária estipulada. Reafirmou-se a importância da apresentação da caderneta em todas as consultas, solicitando-se o preenchimento da mesma, o que gera um empoderamento do idoso, uma vez que ele sabe os efeitos positivos do ato de apresentação do documento que servirá como um instrumento prático para a avaliação e ação do profissional nas consultas. É importante ressaltar que a nova caderneta em uso lançada em 2014 não encontrava-se disponível na referida unidade. Conclui-se que, a caderneta do idoso é um instrumento ainda subutilizado na atenção à saúde se comparada a das crianças ou gestantes. No entanto, é um importante mecanismo de acompanhamento e avaliação que pode ser determinante no controle de algumas comorbidades. Muito além de um caderno para anotar valores diversos, a caderneta mostra-se como um meio para trazer dignidade e inclusão a um grupo de pessoas que comumente são negligenciadas socialmente