Envelhecer pressupõe alterações multidimensionais que atreladas a aspectos complexos como o processo de transição demográfica corroboram para a maior vulnerabilidade da população idosa a ocorrência de determinadas doenças crônicas e consequentemente à hospitalização. No âmbito hospitalar, o paciente idoso encontra-se ainda mais fragilizado, não apenas por alterações do processo de saúde mais também por todas as influências inerentes a tal ambiente. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade da assistência prestada aos idosos admitidos em um pronto atendimento de saúde. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, com abordagem quantitativa, realizado no pronto atendimento de um hospital público, João Pessoa-PB. A amostra foi composta por 20 idosos. A coleta de dados ocorreu de Março a Junho de 2009, subsidiada por um formulário de entrevista estruturado. O material emergido foi analisado quantitativamente, através de software estatísticos. No que tange à caracterização da amostra, e mais especificamente, quanto ao gênero, dos 20 idosos participantes evidenciou-se que 14 (70%) pertenciam do sexo feminino, e seis (30%) eram do sexo masculino. No tocante à faixa etária, verificou-se variação de 66 a 75 anos, correspondendo a 17 (85%) dos participantes, e acima de 80 anos apenas três (15%) do total da amostra. Quanto ao estado civil, 12 (60%) dos idosos eram solteiros, cinco (25%) casados e três (15%) viúvos; nove (45%) tiveram filhos enquanto 11 (55%) deles afirmaram não ter descendentes ou não tem lembrança da existência destes. Verificou-se que 11 (55%) da amostra cursou ensino fundamental incompleto, enquanto nove (45%) afirmaram ser analfabetos. Em relação ao atendimento prioritário dos idosos, observou-se que 14 (70%) mencionaram que não receberam assistência adequada no referido serviço, e seis (30%) relataram que não foram atendidos de forma prioritária. No que se refere ao acolhimento dos idosos no serviço, constatou-se que, 18 (90%) apontaram não se sentirem bem acolhidos, e apenas dois (10%) afirmaram que receberam acolhimento. No que tange à assistência aos idosos frentes a suas necessidades individuais, observou-se que apenas três (15%) afirmaram serem atendidos dentro das suas respectivas necessidades, sete (35%) relataram que só detêm atenção do profissional quando esse vem administrar alguma medicação, enquanto 10 (50%) declararam que acionam ajuda, porém não a recebem em tempo hábil. Quanto às informações fornecidas aos idosos e familiares, no tocante ao seu quadro clínico, observou-se que seis (30%) dos participantes da pesquisa, afirmaram ter consciência do seu caso e 14 (70%) relataram não receber nenhuma orientação, portanto, permanecem desinformados. Em relação ao sentimento experimentado diante da espera no atendimento e quando permanecem em observação no pronto atendimento, observou-se que seis (30%) dos participantes se sentiam angustiados e inquietos; doze (60%) referiram sensação de isolamento e abandono; e apenas dois (10%) relataram que sentem que sua vida se encerrará naquele local. Diante do exposto, demonstrou-se que os idosos participantes do estudo não recebem assistência adequada, principalmente no tocante ao atendimento de suas necessidades específicas. Aponta-se para que novas pesquisas sejam realizadas, no sentido de contribuir para a qualidade da assistência prestada à população idosa.