O Movimento Social é uma ferramenta da sociedade civil de se organizar coletivamente em busca de exigir as suas demandas em prol da justiça social, a partir de ações sociais de caráter sociopolítico e cultural (GOHN, 2008). A exemplo disso temos as mulheres rurais, que no início da década de 1980, começaram a participar de sindicatos rurais e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) (DEERE, 2004). Lutando pelo seu empoderamento social e político, afim de mudar o cenário histórico, presente e um futuro próspero à procura do seu espaço. Localizado a Noroeste da capital Natal, o Mato Grande é um dos territórios apoiados pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial, do Ministério do Desenvolvimento Agrário- SDT/MDA. É composto por 16 municípios. E como na maioria das localidades rurais, essa região é apenas mais um exemplo do cenário lúdico que influencia a desigualdade de gênero (MOURA, 2014). Portanto, o objetivo do artigo é relatar a experiência à campo de alunos bolsistas da UFRN do Projeto Compartilhando Saberes, vinculados ao CNPq, com intuito de buscar informações sobre a influência comportamental e a participação das mulheres jovens em assentamentos de municípios da região do Mato Grande-RN. Sendo desenvolvido por bolsistas do projeto de pesquisa e extensão Compartilhando Saberes: Projeto de Intervenção para Juventude Rural no Mato Grande/RN, apoiado pelo CNPq em parceria com o INCRA/MDA, no Laboratório de Estudos Rurais da UFRN, em assentamentos e comunidades dos municípios de Pureza, Parazinho, São Miguel do Gostoso, Jandaíra e João Câmara.A pesquisa se estendeu no período de maio a agosto de 2016, nos assentamentos e comunidades Agrovila Maria das Graças, Arizona, Bebida Velha, Tabua, Canafístula, Guarapes, Pereiros e Primeiro de Junho, utilizando para coleta de informações a entrevista semiestruturada, numa combinação de perguntas abertas e fechadas, criando a ideia de uma conversa informal. Foram entrevistadas mulheres em faixas etárias compreendidas entre 13 a 63 anos. Totalizando 64 questionários aplicados. Foi observado que 62,5% das mulheres participavam das reuniões, todavia, a maioria não possuía voz, não interagindo com os demais. Foi possível analisar, também, que 79,7% das entrevistadas não participam de movimentos específicos para mulheres, mas participaram de espaços dos movimentos de acesso à terra, na constituição do assentamento. Com isso, percebe-se que a presença dos movimentos sociais na origem dos assentamentos realizados junto às comunidades, contribuiu em certa medida para o exercício da participação dos indivíduos, inclusive das mulheres. Contudo, o patriarcado instalado compromete essa participação efetiva. Ficando entendido também que as mulheres não reconhecem o trabalho doméstico ou autônomo como um emprego ou fonte de renda. Concluímos que as mulheres da região do Mato Grande/RN possuem interação com grupos de movimentos sociais. Contudo, a participação em movimentos específicos para mulheres, é dificultado devido à influência de aspectos patriarcais que infelizmente facilitam a desigualdade de gênero encontrada na região. Por esses motivos, é preciso que o papel dos movimentos sociais como formadores políticos e sociais continue a atuar na região. Sendo importante mais pesquisas na região para criar um saber-poder dos indivíduos.