Nos últimos anos, o cenário para o setor sucroalcooleiro tem melhorado significativamente, pois o Brasil é o maior produtor mundial de açúcar e o segundo maior produtor de etanol. Diante desse cenário, o número pessoas saindo do semiárido em busca de melhores condições socioeconômicas vem potencializando a migração de forma sazonal, para os canaviais. O desenvolvimento dessa pesquisa buscou investigar as migrações e as condições de trabalho, na cultura canavieira, a partir de uma ótica paradoxal. Enquanto cresce o mercado sucroalcooleiro, a condição de vida dos trabalhadores da cana parece piorar a cada ano. Com vistas a uma análise mais ampla, acerca do setor sucroalcooleiro e suas condições de trabalho, o objetivo geral deste artigo foi: conhecer os aspectos gerais do setor sucroalcooleiro e os principais impactos da atividade no trabalhador, que migram de forma sazonal do semiárido para trabalhar nos canaviais. Os objetivos específicos que nortearam esse artigo foram: apresentar brevemente a atual situação do setor sucroalcooleiro brasileiro; analisar a migração sazonal dos trabalhadores do semiárido para os canaviais e realizar um panorama das condições do trabalho canavieiro e suas necessidades. Para alcançar o objetivo proposto, o procedimento metodológico da pesquisa foi de caráter descritivo, com base nos objetivos, sendo utilizada a investigação bibliográfica e análise de dados secundários. A análise e discussão dos resultados mostram que mesmo com grande incremento, tanto na produção, quanto na economia, o trabalho no setor sucroalcooleiro continua inseguro e a saúde dos trabalhadores deteriorando-se. O cenário que ora se apresenta e as perspectivas futuras do setor recomendam que este seja um período oportuno, para se compactuar com uma reversão no quadro das relações de trabalho, no setor do país, visto que o setor só cresce economicamente e regride, no âmbito trabalhista. Faz-se necessário uma política pública eficiente nos locais de origem desses trabalhadores, de maneira a criar oportunidades de emprego e renda.