Introdução: O hipotireoidismo é resultante da deficiência da produção de hormônios tireoidianos ou resistência à ação dos mesmos, com redução generalizada das atividades metabólicas. Embora muitos pacientes sejam assintomáticos ou oligossintomáticos, o quadro clínico é rico, devido ao comprometimento global orgânico dessa patologia. As manifestações mais marcantes são: sonolência, intolerância ao frio, pele seca e descamativa, rouquidão, constipação, ganho de peso, queda de cabelo, alterações menstruais, sudorese diminuída, depressão e astenia. A prevalência do hipotireoidismo aumenta com a idade e traz prejuízo à saúde e à qualidade de vida se não for reconhecido e tratado. Contudo, nos idosos, geralmente não apresenta evidências clínicas claras para o seu diagnóstico. Por isso, o uso de testes laboratoriais apresenta-se como o melhor meio de rastrear o hipotireoidismo em idosos. Objetivos: Determinar os principais sinais e sintomas e a prevalência de hipotireoidismo em indivíduos diagnosticados com mais de 60 anos e atendidos em um hospital universitário. Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo, no qual foram analisados 304 prontuários de pacientes portadores de hipotireoidismo atendidos nos ambulatórios de endocrinologia de um Hospital Universitário de Campina Grande, onde um grupo de estudantes de Medicina preencheu um questionário, e entre os pontos avaliados estavam a idade, o tipo de hipotireoidismo, sexo, idade do diagnóstico, prevalência de sinais e sintomas. Resultados: Segundo o estudo, dos 304 pesquisados, 7,2% (22) foram diagnósticados com hipotireoidismo com 60 anos ou mais, dentre esses 22, 45,5%(10) não apresentavam nenhuma sintomatologia, 9% (2) apresentavam apenas queda de cabelo, 4,5% (1) apresentava rouquidão e constipação intestinal, 4,5% (1) apresentava sonolênica e constipação intestinal, 9% (2) apresentavam astenia, 9% (2) apresentavam sonolência e constipação intestinal, 4,5% (1) apresentavam palpitações e 13,6% (3) apresentavam pele seca e descamativa e ganho de peso. Conclusão: A prevalência de 7,2% (22) de hipotireoidismo encontrada nos idosos estudados foi semelhante aos resultados encontrados na literatura. Os pacientes idosos apresentam menos sintomas do que os jovens, sendo, muitas vezes, sintomas semelhantes aos de pacientes eutireóideos com outras afecções. Isso pôde ser comprovado pelo estudo, uma vez que, 45,5% (10) dos idosos hipotireóideos abriram o quadro sem nenhuma sintomatologia. Essa apresentação clínica do hipotireoidismo nos indivíduos idosos deve-se geralmente ao início insidioso da doença, pela coexistência de outras patologias e pelos sintomas serem semelhantes aos decorrentes do processo natural do envelhecimento. Então deve-se considerar a possibilidade de screnning através da dosagem do hormônios tireoideanos como rotina, levando em consideração a sua incidência e prevalência nessa faixa etária e também devido a apresentação na forma de sintomas vagos e inespecíficos.