INTRODUÇÃO Apesar do decréscimo no número de casos de Hanseníase no Brasil, o enfermeiro da atenção primária precisa estar sempre alerta aos mínimos sinais e sintomas. Essa patologia é proveniente do microorganismo Mycobacterium leprae, que atinge a pele e nervos periféricos, podendo avançar ainda para outros órgãos. Sua transmissão se dá pela secreção e pelo ar que saem das vias aéreas superiores bem como por gotículas de saliva de uma pessoa contaminada. A Equipe de Saúde da Família atua como rede de apoio a pacientes com Hanseníase e o enfermeiro deve manter atenção redobrada para com os indivíduos em tratamento, uma vez que este é longo, variando de seis meses (hanseníase paucibacilar) a um ano (hanseníase multibacilar). OBJETIVOS: Identificar a abordagem terapêutica à idosos com hanseníase, elencando dificuldades encontradas para o tratamento e propor estratégias para o sucesso da adesão medicamentosa, a partir do relato de uma idosa acompanhada pela Estratégia de Saúde da Família de Campina Grande. MÉTODOS: Estudo exploratório-descritivo do tipo relato de experiência que acompanhou uma idosa hansênica atendida em um Posto de Saúde de Campina Grande no mês de abril de 2013. A idosa foi selecionada com base no histórico positivo para hanseníase que ocorreu na consulta de enfermagem. Foram então analisadas as respostas da idosa e proposto intervenções de enfermagem de acordo com o diagnóstico obtido. Identificamos, através dos critérios de análise dos dados, uma predominância relevante a não adesão ao tratamento por motivos de esquecimento, difícil identificação no rótulo, medicamentos em horários que, segundo a idosa, eram inconvenientes, e a longa duração do tratamento. A intervenção proposta pela enfermagem para o sucesso da adesão medicamentosa foi para que os medicamentos fossem separados em dois recipientes de cores diferentes: azul, representando os medicamentos a serem ingeridos manhã e branco, os medicamentos a serem usados à noite. Ambos os recipientes foram rotulados de modo que o nome do fármaco, a dose e a hora exata da administração fossem destacados, favorecendo a visualização e dificultando o esquecimento. Tais informações, acrescidas da importância de manter os medicamentos em local seco e arejado, foram repassadas a acompanhante da idosa que contará ainda com o acompanhamento estrito da enfermeira da atenção primária no decorrer do tratamento. CONCLUSÃO: No auxílio para prevenção de complicações para a vida do idoso é relevante a distribuição de panfletos educativos ilustrados, informações verbais, palestras e ações educativas que tornem clara a importância do não abandono ao tratamento de hanseníase. Sendo ainda importante o conhecimento e a habilidade do enfermeiro e de toda equipe de saúde para manter um ciclo de educação permanente para a vida do idoso, visando sempre proporcionar maior bem estar.