A formação do espaço urbano pode ser compreendida como um processo complexo que engloba vários agentes, dentre eles, o setor imobiliário, o estado, os sistemas produtivos, os latifundiários e as classes sociais excluídas, sendo este último grupo vitimado e responsável pela resistência às opressões referentes à ocupação desigual dos ambientes. Entretanto, esta produção não é uniforme e proporciona o surgimento de ambientes socialmente excludentes e fragmentados. Assim, este trabalho tem por objetivo analisar os impactos da fragmentação espacial frente ao desenvolvimento urbano em Pau dos Ferros/RN. Para tanto, abordou-se os bairros Manoel Deodato e Princesinha do Oeste, onde foram realizadas visitas in loco, coleta de dados em órgãos públicos e entrevistas com moradores. Verifica-se que o Bairro Manoel Deodato teve as residências em sua totalidade construídas às margens do Rio Apodi-Mossoró, evidenciando a segregação socioespacial, uma vez que além da vulnerabilidade econômica, a carência de infraestrutura e equipamentos urbanos, em conjunto à exposição aos riscos ambientais compõem o cotidiano dos moradores. Em contrapartida, o Bairro Princesinha do Oeste, se mostra como uma das áreas com melhores condições habitacionais em Pau dos Ferros/RN, visto que foi projetado, é urbanisticamente equipado e não apresenta exposições a quaisquer riscos ambientais. Embora essas áreas estejam muito próximas, as diferenças decorrentes das variações urbanas e sociais são muito contrastantes. Nesse sentido, tais aspectos limitam o desenvolvimento urbano, tendo em vista que os fatores sociais estão intrinsicamente ligados a formação do espaço.