Introdução: Estudar a resiliência no contexto da AIDS tem importância para área da psicologia, tendo em vista sua capacidade de reflexão sobre aspectos positivos do desenvolvimento humano, quando indivíduos encontram-se expostos a adversidades significativas, capazes de colocar em risco a integridade física e psíquica dos mesmos. Observa-se, contudo, uma escassez de estudos de resiliência enfocando o idoso que, apesar das perdas e dos declínios, há recursos e potencialidades na velhice que podem constituir um mecanismo multideterminado e mediador no processo de envelhecimento, daí a importância de se estudar o processo de resiliência nessa população. Objetivo: o presente estudo teve como objetivo identificar mecanismos de proteção e mecanismos de risco em idosos com HIV/AIDS, considerando suas histórias de vida. Método: Tratou-se de um estudo de abordagem qualitativa e de caráter descritivo. A amostra foi composta por três idosos com idades de 60, 61 e 64 anos, sendo uma mulher e dois homens, respectivamente. Para a coleta de dados foi utilizada uma entrevista semi estruturada contendo questões acerca da vida dos idosos considerando como esta era antes do diagnóstico, como foi receber o diagnóstico e como é viver com o HIV/AIDS. Importante enfatizar que todos os aspectos éticos foram reiterados considerando a Resolução 196/96. Para a análise do material coletado, utilizou-se a categorização temática na qual as categorias foram determinadas a partir dos temas suscitados nas entrevistas transcritas e processadas por meio de etapas: 1ª etapa: Leitura inicial, marcação, corte, junção, notação, discussão. 2ª etapa: leitura inicial, organização e notação. Resultados: A partir dos discursos obtidos das 3 entrevistas, emergiu uma classe temática geral - Resiliência, duas categorias (Mecanismo de proteção e Mecanismo de risco) e quatro subcategorias (Apoio social e religiosidade; Preconceito e depressão/ansiedade). O apoio social e religiosidade foram enfatizados de maneira efetiva nos discursos de todos os participantes da entrevista, considerando a família, os amigos e os profissionais de saúde, bem como a fé, como fortes variáveis protetoras. No entanto, verifica-se no discurso que o preconceito social como sendo um fator de risco, tanto para não adesão ao tratamento, como para o surgimento de comorbidades psicológicas, depressão e ansiedade, em especial. Conclusões: A partir dos resultados, verifica-se a necessidade de uma maior atenção aos estudos acerca da resiliência nos idosos com alguma patologia crônica, bem como uma maior conscientização da sociedade acerca do HIV/AIDS, com o intuito de diminuição da estigmatização e conseqüentes transtornos psicológicos nas pessoas idosos com HIV/AIDS.Palavras-chave: Resiliência, idosos, HIV/AIDS