As unidades de terapia intensiva (pediátrica – UTIP e neonatal - UTIN) são ambientes com aporte tecnológico de alta geração, que surgiram com o objetivo de salvar a vida de crianças (prematuras ou não) com complicações congênitas ou adquiridas, em risco iminente de vida. Geralmente as crianças permanecem internadas por um longo período, nesse ambiente considerado frio e com excessos de luminosidade e ruídos, enquanto suas genitoras acompanham o processo de internamento nas instalações do hospital. Tal relato e intervenções originam-se da prática como residente de psicologia na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica do Hospital Dom Malan-IMIP (HDM-IMIP), entidade pública do município de Petrolina-PE, onde as UTIs neonatal e pediátrica localizam-se no mesmo ambiente, sendo divididas em 6 leitos para neonatal e 4 para pediátrica. Diante desse cenário, com o intuito de minimizar os fatores estressores e tornar o ambiente da UTI mais humanizado e acolhedor, além de promover o fortalecimento do vínculo mãe-filho, utilizou-se de tecnologias leves (diálogo, acolhimento e escuta) e Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) junto aos atendimentos psicológicos, sendo enfatizada a arteterapia mediada por contação de histórias. O presente trabalho descreve, portanto, a utilização da arteterapia nos atendimentos psicológicos às mães e bebês de uma UTI neonatal do interior pernambucano, sendo abordados o contexto da criança no ambiente da UTI, o conceito e aplicabilidade da arteterapia, e a rotina de atendimento psicológico no setores em questão. Percebeu-se que a UTIN e UTIP passaram a ser um local gerador de significação e ressignificações das vivências de internamento e vinculação mãe e bebê. As práticas possibilitaram uma maior vinculação da mamãe-bebê, bem como uma maior abertura para comunicação entre as genitoras e a equipe. Houve também boa adesão e aceitação da prática da narrativa com pelos envolvidos, assim como seu reconhecimento pelas genitoras como benéfica para a criança. Além disso, essa atuação reverberou na equipe de psicologia o desejo de implantar essa prática como rotina do setor. Percebeu-se, portanto, que desenvolver terapias complementares no ambiente hospitalar requer a ampliação de possibilidades em prol de um cuidado integral e continuado de pacientes e seus acompanhantes, que nesse caso são os bebês, as genitoras e demais familiares envolvidos. Conclui-se que a introdução da arteterapia com contação de histórias aproximou as equipes envolvidas, contribuiu para a comunicação e para a organização do processo de trabalho, agregando valor às práticas já desenvolvidas pelas psicólogas nas duas Unidades de Terapia Intensiva em questão.