INTRODUÇÃO: Definida como o uso simultâneo de cinco ou mais medicamentos, a polifarmácia em idosos tem sido foco de vigilância da saúde pública. Essa condição merece cautela, uma vez que, dentre outras, caracteriza o idoso como um indivíduo frágil ou com potencial de risco para fragilização. Embora, a Fragilidade tenha um conceito amplo e ainda sem consenso, é utilizada para descrever o idoso com maior risco de incapacidades, institucionalização, hospitalização e morte. Apesar de a polifarmácia ser uma prática comum, seja por prescrição médica ou automedicação, o risco de reações adversas, interações medicamentosas e iatrogênia aumentam proporcionalmente ao número de medicamentos usados, além de estar relacionado à má adesão ao tratamento. OBJETIVO: Avaliar a prevalência de polifarmácia entre os idosos cadastrados na Estratégia Saúde da Família em Campina Grande-PB. MÉTODOS: Tratou-se de um estudo de base domiciliar, transversal, com coleta de dados primários. A amostra foi selecionada em múltiplos estágios por sorteio sistemático, perfazendo um total de 420 idosos, de ambos os sexos, cadastrados na Estratégia Saúde da Família, em Campina Grande- PB. RESULTADOS: A média etária dos idosos foi 71,57 anos (68,1% mulheres). A quantidade de medicamentos usados por idoso variou de 0 a 10 tipos, com média de 2,81 e desvio padrão de 2,19. Do total de idosos, 15,5% não fazia uso de medicamento, sendo a maior porcentagem entre os idosos de 60 a 69 anos (20,6%). A polifarmácia esteve presente em 22,6% dos idosos, tendo sido observada maior proporção entre as mulheres (23,9%) e entre os idosos de 80 anos ou mais (26,3%). CONCLUSÃO: Diante dos resultados obtidos, reforça-se a importância de estudos de avaliação do processo de uso de medicamento e aprofundamento sobre os riscos da polifarmácia nessa população. O desafio dos profissionais de saúde, sobretudo os da Saúde da Família, é o de contribuir na promoção do uso racional dos medicamentos, com intervenções, desde a orientação da população idosa e de seus cuidadores até a desmedicalização, quando possível. Além disso, é imprescindível a atuação na prevenção de doenças, principalmente as crônicas não transmissíveis, reduzindo, dessa forma, o risco para fragilização pela polifarmácia.