SANCHES, Sarah Ryanne Sukerman. . Anais V ENLAÇANDO... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/31524>. Acesso em: 23/12/2024 02:40
As reflexões do presente trabalho objetivam a defesa do rap, através do resgaste histórico desde sua origem nas comunidades periféricas negras americanas no final do século XX, enquanto um dos gêneros musicais de maior potência de denúncia e enfrentamento aos discursos e práticas hegemônicas, bem como veículo de construção e fortalecimento de identidades de resistência e projeto, em um contexto onde a maior parte dos gêneros musicais, inclusive o próprio rap, foram apropriados pela indústria cultural, e, portanto, esvaziados politicamente. O hip hop tem sido marcado por duas identidades, étnico racial e de classe, contudo, por ser uma cena dominada pelos homens, tem sido espaço também de opressão e discriminação no que tange à outros grupos subalternizados, como as mulheres. Nesse sentido, é que o rap é aqui pensado também como uma potência transformadora das relações sociais de poder que alcançam as mulheres, como a misoginia e a lesbofobia. Para tal defesa, utiliza-se como exemplo, a trajetória pessoal e política, bem como o rap da MC Luana Hansen, mulher, negra e lésbica, onde as categorias de sexo, raça e sexualidade, marcadores sociais da diferença, são apresentadas de forma crítica, política e revolucionária.