Introdução: Humanização é um termo que tem sido frequentemente empregado no âmbito da saúde pública. Entende-se humanização como um conjunto amplo de iniciativas que valorizam os diversos sujeitos envolvidos no processo de produção da saúde: usuários, familiares, trabalhadores e gestores. Ações humanizadoras têm por finalidade à constituição de uma rede de diálogo entre os envolvidos no universo da saúde e doença, visando traçar e promover ações a partir da dignidade, da ética, da palavra, do respeito, do reconhecimento mútuo e da sensibilização da problemática, ou seja, valorizar as características do gênero humano. Objetivo: Provocar e capturar a reflexão de profissionais e usuários sobre a humanização da assistência à saúde do idoso, bem como socializar a prática investigativa e promotora de reflexão crítica. Metodologia: Este trabalho consiste em um relato de experiência do autor na disciplina Psicologia Aplicada à Saúde, do curso de graduação em Psicologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Trata-se de um estudo qualitativo, em que participaram duas idosas usuárias dos serviços do Hospital Universitário Lauro Wanderley da UFPB, bem como uma psicóloga atuante nesta instituição. Inicialmente foram elaboradas entrevistas semi-estruturadas com questões direcionadas para a caracterização das ações ditas humanizadas no local, bem como a reflexão sobre estas. Em seguida, elaborou-se termos de consentimento livre e esclarecido, para garantir aos participantes, confidencialidade e sigilo. Posteriormente, realizou-se uma observação participante e as entrevistas com profissionais e idosos, presentes no local. As respostas dos sujeitos foram analisadas a partir de Análise de Conteúdo. Resultados: Das entrevistas capturou-se que os profissionais elaboraram humanização como trabalho interdisciplinar e excessiva sensibilidade que leva a perda de autonomia dos idosos. A análise das respostas dadas sobre como as idosas entendem o significado de “humanização” revelou concepções relacionadas ao cuidado, respeito e à sensibilidade. Suas respostas mostraram-se muito atreladas à visão que estas usuárias têm do serviço de saúde que lhes assiste. Quando questionadas sobre o grau de satisfação, as idosas responderam que o serviço é bastante satisfatório e que são bem atendidas. Conclusão: A partir destes resultados, pode-se concluir que a humanização apresenta-se como um componente importante na melhoria do atendimento ao usuário do serviço de saúde. Para que a atenção à saúde do idoso, bem como a atenção a saúde em geral, seja de fato humanizada, é necessário construir uma rede de diálogo entre os sujeitos, que através de um maior conhecimento da real finalidade e da operacionalização desta política, possam compartilhar de um pensar e agir respaldados na co-responsabilidade e na reflexão crítica. Por fim constatou-se que a prática investigativa possibilitou ao docente ter visão dos alcances e limitações da assistência humanizada a saúde do idoso, resguardando as especificidades e os possíveis estereótipos que interferem nesse processo, além de contribuir para fomentar esta discussão entre os sujeitos envolvidos na produção de saúde.