INTRODUÇÃO: A Fitoterapia se caracteriza pelo uso de plantas com propriedades medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substância ativa isolada, sendo recorrente de uso pela maior parte da população brasileira. Tendo em vista tal consideração, percebe-se, na transmissão do conhecimento popular de plantas medicinais, que os profissionais de saúde são multiplicadores de um conhecimento útil à população e, assim, contribuem para a utilização racional e adequada de plantas com propriedades medicinais. O objetivo é expor como um saber tradicional se faz presente na difusão do conhecimento de uma Agente Comunitária de Saúde (ACS) a idosos que residem no bairro do Catolé, visando-se a estimar e valorizar seu papel neste cenário. METODOLOGIA: Trata-se de uma análise crítica de cunho descritivo, com abordagem qualitativa, cujo instrumento para estudo é um relato de experiência vivenciada com uma ACS durante seu cotidiano de trabalho, objetivando-se visualizar como o conhecimento popular é recorrente na transmissão de um saber. RELATO DE EXPERIÊNCIA: Residente no bairro Catolé da cidade de Campina Grande/PB desde 1981, e ACS desde 1995, M. L. S., com idade de 62 anos, foi localizada durante um estágio supervisionado em UBSF da região, e se mostrou prova viva de como o conhecimento popular é transmitido pelas gerações. Conhecida e respeitada em toda a vizinhança, é procurada para que, com as ervas cultivadas em seu quintal e o conhecimento que possui acerca delas, venham a promover saúde. A UBSF é responsável pela assistência de grande número de idosos residentes na localidade, os quais são os principais beneficiados do conhecimento da ACS. Sempre curiosa a esclarecer e conhecer ainda mais sobre o efeito que plantas causam no ser humano, M. L. S. demonstrou responsabilidade e cautela ao prestar informações para quem a procura. Tendo aprendido com sua mãe e avós, continua a perpetuar esse saber, que se manifesta válido e eficaz. A ACS narrou, durante o encontro, vários casos acontecidos no bairro, de cura e controle de doenças a partir da Fitoterapia. Informa que é comum o uso das plantas no local, notadamente as seguintes: hortelã; aroeira; babosa e xanana. Segundo a ACS os idosos são aqueles que mais precisam de esclarecimentos sobre a temática, já que frequentemente fazem uso de uma grande variedade de medicamentos alopáticos e os associam com chás e outros remédios feitos a partir de plantas medicinais. Além da interação medicamentosa, os idosos são suscetíveis a problemas decorrentes do uso de plantas erradas pra os fins terapêuticos desejados, a dificuldade para aquisição e, principalmente, pelo uso e dosagem inadequados. CONCLUSÃO: A possibilidade de se tornar um veículo de transmissão do conhecimento popular e instrumento para prevenção de agravos e promoção de saúde na região reitera o sentido social conferido aos profissionais de saúde, já que frequentemente não possuem condições adequadas de trabalho e recorrem a criatividade e terapias complementares em saúde para garantir atendimento adequado aos usuários da atenção básica e suprir as necessidades de grupos específicos, como os idosos.