O estudo versa sobre a contribuição da descolonialidade dos conceitos de sexo e gênero para a desconstrução da estrutura patriarcal que fundamenta a produção e reprodução de conhecimentos legitimadores da violência de gênero. Apresenta os referidos conceitos como expressões do pensamento hegemônico eurocêntrico e denuncia a inadequação do seu uso universalizado. O presente texto é resultado de pesquisa bibliográfica, exploratória, com emprego do método hipotético dedutivo e monográfico. Tem como referencial teórico as noções de colonialidade de poder em Quijano (2005), colonialidade do saber em Mignolo (2007) e colonialidade de gênero em Lugones (2010). Intenta elucidar, enfim, que a descolonialidade – seja ela de poder ou dos saberes - requer o respeito à cosmologia de cada povo, a reivindicação de direitos epistêmicos e um pleno protagonismo discursivo e histórico, a fim de viabilizar um modelo global que substitua a lógica binária, hierárquica e dicotômica pela lógica da coexistência pluriversal.