A mulher durante muito tempo esteve alocada na representação de esposa, mãe e doméstica. Com o advento da modernidade, do capitalismo e com a luta feminista, essa mulher passa a conquistar espaços antes predominante marcados pelo masculino. Na polícia militar essa lógica é ainda mais prevalente, ao passo que essa corporação é fortemente marcada pelo machismo e patriarcado, onde se incidem as diversas formas de violência sobre o feminino. O presente estudo foi derivado de um trabalho de conclusão de curso, que investiga a trajetória de 5 mulheres policiais em uma corporação do interior da Bahia. Assim, se buscou, através da análise do discurso, falas que denotassem conteúdos que apontassem para a existência de opressão e violência no dia a dia de trabalho dessas mulheres. Se investigou também possíveis estratégias que essas mulheres utilizam para conquistar esse espaço. Utilizou-se entrevista semiestruturada. Assim, se observou nesses discursos falas que apontavam para um forte atravessamento do gênero no trabalho, de modo que elas sofriam ataques sutis e segregações por serem mulheres. Com isso, a subordinação do gênero feminino ao discurso forte e viril da polícia militar gera violência, tendo que por muitas vezes, essas mulheres procurarem mecanismos de resistência, em prol da conquista de espaço. Conclui-se, que essas relações derivam da lógica machista e patriarcal que esta imersa no imaginário social sobre essa mulher. Assim, é possível ampliar a discussão em torno da questão de gênero e como isso atravessa o cotidiano de trabalho da mulher no militarismo.