Este artigo se propõe a estabelecer um diálogo entre o romance memorialista Menino de engenho, do escritor brasileiro José Lins do Rego e algumas concepções acerca de corpo e refreamento dos desejos do mesmo pela escola. Para tanto verificará a cultura e as concepções da época em relação aos colégios internatos, espaços comuns no final do século XIX e início do século XX destinados aos filhos da elite latifundiária do país. Nas memórias do personagem principal, que é também narrador do texto, serão verificadas marcas de uma subjetividade própria de uma classe social, pertencente ao nordeste e a um tempo da educação brasileira marcado por fortes valores morais e por discursos médicos que alicerçavam práticas de controle e campanhas de bons hábitos e higienes nos espaços escolares, com o intuito de forjar os verdadeiros homens.