Introdução: Atualmente no Brasil presencia-se o aumento da esperança de vida das mulheres, e crescimento do número de idosas. A exposição constante a fatores de risco faz com que se tornem mais freqüentes as complicações de saúde dessa faixa da população. Em 1996, 54,4% da população idosa do Brasil pertenciam ao sexo feminino. O câncer do colo do útero tem-se revelado importante causa de morbimortalidade em indivíduos com 60 anos ou mais. No Brasil, no período 1980-2000, as taxas de mortalidade por câncer em indivíduos idosos apresentaram incremento gradativo, fazendo desta enfermidade a segunda causa de morte nesse grupo populacional.Objetivo: Avaliar a taxa de mortalidade por neoplasia maligna do colo do útero (C53 segundo a CID-10) no Brasil em mulheres idosas (60 ou mais anos), e analisar a proporção em relação ao total de óbitos por essa neoplasia.Metodologia: Estudo exploratório examinando o banco de dados DATASUS, Ministério da Saúde, buscando os últimos cinco anos atualizados disponíveis. Foi considerado como variável dependente a porcentagem de óbitos de mulheres acima de 60 anos em relação ao total de óbitos de mulheres, e como variável independente, a faixa etária dessas mulheres: de 60 a 69 anos (A1), mulheres entre 70 e 79 anos (A2), e com 80 ou mais anos (A3). Os dados foram comparados com o total de óbitos por neoplasia maligna do colo do útero.Resultados: O período analisado foi de 2006 a 2010. Para 2006, o índice de mortalidade proporcional foi de 20% para A1, 14,4% para A2, 8,4% para A3. Em 2007 foi de 19,8% para A1, 14,7% para A2, 8,8% para A3. No ano de 2008 foi de 18,5% para A1, 14,5% para A2, 8,8% para A3. No ano de 2009 foi de 18,2% para A1, 14,4% para A2, 9,3% para A3. Já em 2010 foi de 18,5% para A1, 13,9% para A2, e 8,8% para A3. Em 2006 a taxa de mortalidade de mulheres com 60 anos ou mais foi de 42,8% do total de óbitos. Em 2010 essa mesma taxa foi de 41,2%.Conclusão: As políticas públicas de promoção e prevenção da saúde da mulher deixam uma lacuna em relação às condições da saúde da população feminina com mais de 60 anos. Segundo a diretriz do SUS o Papanicolaou, exame usado para prevenção e rastreamento do câncer de colo do útero, deve ser realizado em mulheres que iniciaram sua atividade sexual até os 59 anos de idade. São necessárias políticas públicas que abranjam todas as faixas etárias da população feminina, e até mesmo políticas específicas para a prevenção do câncer do colo do útero em mulheres acima de 60 anos.