O processo de envelhecimento acarreta em perdas na funcionalidade do idoso, não obstante, a literatura relata que essas perdas não tem correlação com o grau de acometimento gerado pela velhice no sistema nervoso e muscular. Tem-se apresentado a incapacidade de ativar apropriadamente o musculo sendo a principal razão da perda de força e funcionalidade no idoso. O treinamento de força e potência são recomendadas para diminuir os efeitos do envelhecimento na funcionalidade do idoso. No entanto, a literatura tem pesquisado seus efeitos isoladamente na população idosa. Contudo a periodização do treinamento é determinante, principalmente a periodização lineal mesmo assim, tem-se desenvolvido outros modelos de periodização como a ondulatória e a inversa, sendo ainda modelos pouco explorados na população idosa O objetivo deste estudo foi comparar o efeito de uma periodização inversa ondulada (PIO) sobre os parâmetros espaço-temporais do andar em idosos fisicamente ativos. Participaram 36 idosos (idade 68,9±5,8 anos, massa 71,7±7,51 kg, estatura 155,2±4,7 cm), distribuídos aleatoriamente em grupo periodização inversa ondulatória (GPIO n=20) e grupo periodização linear (GPL n=16). Ambos os treinamentos tiveram uma duração de 20 semanas e uma frequência de 3 dias, sendo dois dias para treino de musculação e o terceiro dia foi para locomoção. Foram estabelecidas duas periodizações uma Inversa ondulada (PIO) que consistiu em iniciar com cargas de alta intensidade e baixo volume e com o desenvolvimento do treinamento um decréscimo na intensidade e aumento no volume. A segunda periodização foi feita seguindo as recomendações do American College of Sport Medicine, sendo um treinamento progressivo. Foram aplicadas 2 avaliações pré-teste (semana 0) e pós-teste (semana 21). Para a avaliação das variáveis espaço-temporais do andar, os idosos percorreram uma distância de 7 m de comprimento em velocidade preferida. Foram realizadas 5 tentativas para a velocidade preferida e 5 na velocidade máxima, sendo analisada a passada central da perna direita. Para a aquisição das variáveis espaço-temporais do andar foi utilizado um carpete eletrônico GAITRite®, analisando o comprimento do passo (cp) e da passada (cpas) (cm), base de suporte (cm), tempo de passo e passada, tempo de balanço (s), porcentagem suporte simples (%), duplo suporte (%) e a velocidade do passo (vp) e da passada (vpas) (m/s). MANOVA (grupo*momento), com medidas repetidas para momento, foi realizada para análise estatística. Para a velocidade preferida indicaram efeito principal de grupo para cp p=0,05, cpas p=0,04, vp p=0,05 e para vpas p=0,03. Para a velocidade máxima o resultado indica interações significativas para as variáveis de cp (p=0,02) e vp (p=0,01). Os resultados indicam um efeito positivo de treinamento de força no andar de idosos fisicamente sadios em concordância com outros estudos, também se evidencia a importância da combinação do treinamento de força e de locomoção, indicando que a transferência do treinamento poderia aumentar o aproveitamento dos ganhos neuromusculares no controle das tarefas motoras como o andar. Estes resultados permitem concluir que a periodização inversa ondulada é mais efetiva na manutenção dos parâmetros do andar de idosos fisicamente ativos que a linear.