Na prática desportiva, os ganhos de densidade mineral óssea (DMO) afetam o processo de crescimento, mas o ambiente onde o esporte é realizado e o tipo de estímulo produzido podem influenciar o desenvolvimento ósseo de diferentes formas, o que faz com que a participação esportiva em diferentes tipos de esporte ser relevante e necessária. No entanto, não está claro se a prática de modalidades esportivas específicas pode influenciar o crescimento ósseo de uma forma diferente em diversas áreas do corpo. Assim, o objetivo do presente estudo foi comparar DMO de membros inferiores em adolescentes inativos e praticantes de diferentes modalidades esportivas. A amostra foi composta por 200 adolescentes (119 meninos e 81 meninas) com média de idade de 13,3 + 1,7 anos (idade oscilando de 11 a 17 anos). Os grupos de prática esportiva foram: judô (n= 22), karatê (n= 20), kung-fu (n= 22), natação (n= 29), futebol (n= 29) e basquete (n= 6). Grupo controle foi composto por 72 jovens. Avaliação de DMO (expressa em g/cm2) foi realizada pela técnica de densitometria óssea. A análise estatística foi composta pelo teste de análise de covariância (post-hoc de Bonferroni) com ajuste para sexo, idade, maturação biológica [pico de velocidade de crescimento] e massa magra). Todas as análises foram realizadas no software BioEstat (versão 5.0). Todos os grupos apresentaram valores similares de maturação biológica (p-valor= 0,237). Valores médios de DMO de membros inferiores foram: controle (1,147 [IC95%: 1,123 – 1,170]), futebol (1,328 [IC95%: 01,288 – 1,367]), basquete (1,275 [IC95%: 1,187 – 1,364]), karatê (1,250 [IC95%: 1,205 – 1,294]), judô (1,171 [IC95%: 1,129 – 1,214]), kung-fu (1,175 [IC95%: 1,134 – 1,217]), natação (1,122 [IC95%: 1,086 – 1,158]). Quanto à comparação de DMO de membros inferiores entre grupos, houve diferença significativa entre controle vs. futebol (p= 0,001), controle vs. karatê (p= 0,001), futebol vs. judô (p= 0,001), futebol vs. kung-fu (p= 0,001), futebol vs. natação (p= 0,001), basquete vs. natação (p= 0,041), karatê vs. natação (p= 0,001), mesmo após ajuste por variáveis de confusão. Esses resultados sugerem que a prática esportiva pode influenciar de maneira significativa o ganho de massa óssea nos membros inferiores entre adolescentes, os quais são influenciados pelo tipo de modalidade esportiva. Apoio Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).