A dança é capaz de promover benefícios no controle postural por meio de seus múltiplos estímulos cognitivos e motores, assim, diminuindo o risco de desequilíbrios e quedas. Desta forma, a dança, como exercício físico, tem grande relevância na qualidade de vida de idosos com doença de Parkinson (DP), uma vez que esta população apresenta comprometimentos motores e instabilidade postural. O objetivo deste estudo foi verificar o efeito de um programa de intervenção de dança no controle postural de pacientes com DP. A amostra inicial foi composta por 97 idosos com DP, os quais foram distribuídos em dois grupos: Grupo Dança (GD) e Grupo Convívio (GC). Sessenta e três idosos com DP cumpriram todos os critérios de inclusão/exclusão e realizaram as avaliações nos momentos Pré e Pós-treino (GD: n=32, idade 69,84±8,7 anos, altura 161,43±9,30 cm, peso 69,84±11,97 Kg; GC: n=31, idade 72,35±7,3 anos, altura 162,69±9,21 cm, peso 69,90±13,26 Kg). A intervenção de dança foi realizada no Programa de Atividade Física para pacientes com doença de Parkinson (PROPARKI), durante seis meses, três vezes por semana, com duração de 1h por sessão. As atividades do GD eram baseadas em diferentes estilos e ritmos musicais. As atividades do GC não envolviam sobrecarga motora e cognitiva. A avaliação do controle postural foi feita por meio de uma plataforma de força, com frequência amostral de 200 Hz, e constituiu em duas condições experimentais: (i) tarefa simples (em pé, pés posicionados na largura pélvica, olhando para um alvo fixo a 1.5m de distância) e (ii) tarefa dupla cognitiva (em pé, o paciente tinha que ouvir um áudio, contendo um conjunto de números aleatórios, e relatar quantas vezes um determinando número foi repetido). Foram realizadas três tentativas por condição, de maneira randômica, com duração de 30 segundos. As variáveis do centro de pressão (CoP) foram calculadas para análise do controle postural. ANOVAs one way foram utilizadas para análise estatística dos dados de caracterização. Ainda, o delta (variável Pós - variável Pré) foi calculado para as variáveis do CoP e ANOVAs two way (grupo x tarefa) foram utilizadas para análise do delta. O nível de significância foi mantido em p≤0,05. Nos dados de caracterização, não houve diferença estatística entre os grupos. Na análise do delta, a ANOVA apontou efeito principal de grupo para deslocamento anteroposterior (AP) (p=0,033) e médio lateral (ML) (p=0,038), velocidade AP (p=0,033) e ML (p=0,037), amplitude ML (p=0,031) e tendências para área (p=0,074) e root mean square ML (p=0,066). Em todas estas variáveis o GD apresentou menores valores de delta (deltas negativos) em relação ao GC (deltas positivos). Não houve efeito de tarefa e interação. Com base nestes achados, conclui-se que um programa de intervenção de dança consegue trazer benefícios aos idosos com DP, diminuindo a oscilação do CoP, o que representa uma melhor estabilidade postural, consequentemente, diminuindo o risco de quedas em idosos com DP.