Os conteúdos ligados a cultura de movimento estabelecem experiencias profundas e significativas
em relação aos sentimentos, a criatividade, as emoções e a valorização de todo e qualquer tipo de
pessoa. Tais experiencias podem ser positivas ou negativas, isso porque o corpo que dança já traz
suas marcas culturais gravadas, como também podem atribuir novos significados a essas marcas.
Estudos indicam a falta de discussões acadêmicas sobre o conteúdo dança no contexto da Educação
Física escolar (EFE). O objetivo desse estudo é relatar uma experiência sobre o conteúdo dança no
contexto das aulas de EFE. O cenário foi em uma escola da rede pública do Estado de São Paulo-
Brasil. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa e descritiva que verificou como o tema
dança foi abordado nas aulas de EFE. Participaram desse estudo 25 alunos do 9º ano. Foram quatro
encontros em que se discutiu o conteúdo dança no contexto das aulas de EFE. No primeiro encontro
os alunos realizaram a leitura, interpretação e analise de textos referentes ao Hip Hop e Street
Dance. No segundo encontro os estudantes assistiram o filme “ Se ela dança, eu danço” e realizaram
análise e discussão sobre as manifestações rítmicas corporais presentes no conteúdo do filme
relacionando-as ao contexto social e cultural. No terceiro encontro os estudantes tiveram vivências
práticas das manifestações corporais Hip Hop e Street Dance. No quarto encontro os alunos
elaboraram e desenvolveram vivencias práticas, tendo como pressuposições os conhecimentos
construídos durantes os encontros anteriores. Nessa etapa, os estudantes também realizaram uma
auto avaliação. Verificamos, que os alunos no início da proposta ainda se remetiam ao ato de dançar
com preconceitos, elegendo uma classificação do saber dançar ou não. A medida que as discussões
temáticas eram realizadas, os estudantes compreenderam a dança como uma forma de expressar os
sentimentos, de comunicar-se com si próprio e com o outro. As identidades expressas na
corporeidade de cada sujeito ao vivenciar a dança possibilitaram a autonomia e protagonismo na
expressividade corporal, rompendo com paradigmas excludentes que padronizam o movimento da
dança.