O desempenho em esforços de alta intensidade obtido durante um teste incremental (DTI) foi proposto para a avaliação da capacidade de realizar exercício acima da intensidade correspondente ao consumo máximo de O2 (VO2MAX), durante um teste incremental. O DTI é assumido como a diferença entre a intensidade capaz de induzir o VO2MAX e a máxima intensidade atingida efetivamente durante o teste incremental. Considerando que este índice indica a capacidade de o indivíduo realizar exercício acima do VO2MAX, teoricamente seus valores dependem de uma elevada aptidão anaeróbia. Entretanto, a caracterização fisiológica do DTI ainda é pautada em conceitos teóricos, o que ainda não foi testado experimentalmente. Desse modo, o objetivo do presente estudo foi testar as correlações entre o DTI e outros parâmetros fisiológicos, relacionados tanto ao metabolismo aeróbio como as vias anaeróbias. Para isso, sete participantes foram submetidos a um teste incremental com intensidade inicial de 13 W e incrementos de 13 W.min-1 até a exaustão voluntária. A potência pico (WPICO) foi determinada como a máxima intensidade atingida durante o teste incremental, ajustada pelo tempo de permanência no estágio incompleto, quando necessário. As variáveis ventilatórias foram mensuradas durante todo o teste e durante os sete primeiros minutos de recuperação para a determinação do consumo excessivo de O2 após o esforço. As concentrações sanguíneas de lactato foram determinadas no repouso e durante a recuperação para a determinação do acumulo deste metabólito (valor pico – repouso). As contribuições anaeróbias aláticas (WALA), láticas (WLA) e totais (WANA; soma da WAL com a WLA), foram determinadas por meio do software GEDAE-Lab. Além do esforço incremental, os participantes realizaram quatro esforços submáximos (50, 60, 70 e 80% da WPICO), para a construção da relação linear entre a potência e o consumo de oxigênio (VO2). Com os valores de VO2MAX observados durante o teste incremental e a relação entre a potência e o VO2 durante os esforços submáximos, foi possível a determinação da intensidade teórica capaz de induzir o VO2MAX. A diferença entre a WPICO e esta intensidade teórica, foi assumida como DTI. Todos os esforços foram realizados em um ergômetro de extensão dinâmica de joelhos, com o intuito de diminuir a sinergia muscular e, consequentemente, suas possíveis influências na determinação da contribuição energética. As correlações foram evidenciadas pelo teste de Pearson, com o nível de significância em p 0,79) as WAL (1,0 ± 0,6 L), WLA (1,9 ± 0,8 L) e a WANA (2,9 ± 0,9 L). Com isso, podemos concluir que o DTI, embora seja um índice que represente a capacidade de exercício acima do VO2MAX, não é relacionado as contribuições anaeróbias observadas durante testes incrementais. Apoio FAPESP.