Introdução: O envelhecimento populacional vem se configurando como um fenômeno mundial em que a expectativa de vida da população idosa aumentou e exige reflexões acerca dos atributos que corroboram para o envelhecimento bem sucedido. Nesse processo nem sempre a idade cronológica está em consonância com a idade social e subjetiva. A primeira diz respeito ao número de anos vividos, ao passo que a segunda remete-se a adequação em relação ao desempenho dos papéis e comportamentos esperados pela sociedade para os indivíduos de determinada idade. Já a idade subjetiva está ligada a percepção pessoal do indivíduo em relação aos anos vividos. A resiliência, compreendida como a capacidade humana de superar as adversidades que se apresentam ao longo da vida e a autoestima circunscrita como a apreciação que o sujeito faz de si mesmo em relação às suas capacidades, podem contribuir para o envelhecimento bem sucedido. Objetivo: Apresentar o estado da arte acerca dos estudos brasileiros sobre resiliência e autoestima na terceira idade, identificando a relação desses atributos com o envelhecimento bem sucedido. Método: Realizou-se uma revisão sistemática da literatura nas principais bases de dados sobre a relação entre terceira idade, resiliência, autoestima e envelhecimento bem sucedido, a saber: LILACS, BVS, SciELO, PEPSIC, Portal da CAPES e o IndexPsi. Utilizou-se como descritores os termos “terceira idade AND autoestima”, “terceira idade AND resiliência” e “terceira idade AND envelhecimento bem sucedido”. Foram considerados os seguintes critérios de refinamento: artigos publicados em português, exclusão de textos coincidentes e que não disponibilizassem o conteúdo completo e/ou não fizesse referência direta ao tema e seleção dos textos que relacionavam autoestima, resiliência, terceira idade e envelhecimento bem sucedido. O material discursivo foi lido na íntegra e explorado por meio da análise qualitativa, confrontando-os de modo a extrair as convergências, divergências e novas perspectivas acerca do tema abordado. É relevante registrar que, na próxima etapa, essa revisão sistemática será ampliada para outros idiomas. Resultados: Os estudos analisados datam de 2003 a 2012. Contatou-se no material discursivo analisado, a existência de diversos parâmetros utilizados pela população idosa para derivar seu senso subjetivo de idade, tais como, aspectos socioeconômicos, saúde, variáveis relacionadas ao funcionamento físico e psicossocial. A análise evidenciou também, que o bem-estar subjetivo se engendra como um indicador do envelhecimento bem sucedido, onde a autoestima positiva mantém ligações com a capacidade de resiliência do idoso e se apresenta como um fator de proteção que aumenta a probabilidade de adoção de uma postura resiliente frente às adversidades. Em linhas gerais, a literatura brasileira tem revelado que a percepção, autoestima positiva e a capacidade de resiliência em relação às dificuldades inerentes ao próprio processo de envelhecimento, contribuem para que a chamada terceira idade vivencie essa fase do desenvolvimento humano de forma bem sucedida. Conclusão: A dinâmica do envelhecimento ainda representa um desafio para os indivíduos que alcançam a terceira idade, evidenciando a importância do fortalecimento da capacidade de resiliência e autoestima, atributos apontados pelos estudiosos como um fator de proteção que possibilita o envelhecimento bem sucedido.