Mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 compreende a mais conhecida síndrome hereditária implicada na etiologia do desenvolvimento do câncer mamário, tubas uterinas e ovários. Tais constatações tem aumentado a preocupação entre pacientes e familiares de portadores desses genes que procuram aconselhamento genético e realizam testes preditivos, principalmente, nos países desenvolvidos. Recentemente, em mulheres sadias com mutações nos referidos genes acima, a cirurgia de mastectomia bilateral e salpingo-ooforectomia redutoras de riscos, são os instrumentos mais importantes na diminuição da incidência e da mortalidade por cânceres de mama, tubas uterinas e ovários. A presente pesquisa propôs-se avaliar a relação entre as alterações dos proto-oncogenes BRCA discutindo a mastectomia bilateral e a salpingo-ooforectomia como medidas profiláticas. Realizou-se uma revisão da literatura no período de janeiro a abril de 2017 em periódicos científicos nacionais e internacionais dos últimos 10 anos, que tratassem desse assunto. Constatou-se que a salpingo-ooforectomia já era realizada no início do século para tratar doenças ovarianas e o câncer de mama, atualmente sabe-se que é o mínimo que deve ser feito em pacientes portadoras de mutações nos genes BRCA. Se ambas forem realizadas, a mastectomia bilateral e a salpingo-ooforectomia na forma preventiva, reduzem em até 100% a incidência de tumores de mama. O potencial da medicina genômica em caracterizar testes genéticos para detecção de mutações nos genes implicados nas neoplasias mamárias, ovarianas e dentre outras, são conquistas que promoverão impacto na qualidade de vida de milhares de pacientes. Porém, por se tratar de um tema que ainda divide opiniões na forma profilática, tanto dos médicos especialistas como das pacientes, fazem-se necessárias mais pesquisas randomizadas que evidenciem as vantagens e desvantagens desses procedimentos, principalmente no Brasil.