A sífilis congênita é considerada um importante problema de saúde pública, que acarreta danos sociais, econômicos e sanitários de grande repercussão às populações, especialmente entre mulheres e crianças. A infecção pode ocorrer em qualquer fase gestacional ou estágio clínico da doença, oferecendo o risco de provocar abortamentos, perdas fetais tardias, óbitos neonatais, neonatos enfermos ou assintomáticos, que podem evoluir com complicações graves caso não tratados. Por tais motivos, desde 1986, a sífilis congênita foi incluída na lista de doenças de notificação compulsória na tentativa de facilitar e ampliar o diagnóstico, além de garantir o tratamento adequado. Este trabalho objetiva avaliar a incidência da sífilis congênita na Paraíba entre os anos de 2007 e 2013, ao descrever o perfil epidemiológico das gestantes cujos recém-nascidos tiveram sífilis congênita e verificar a realização do pré-natal e do tratamento dos seus parceiros. Trata-se de estudo documental, de natureza descritiva, realizado em abril de 2016 a partir do banco de dados disponível no Núcleo de Informação e Análise em Saúde (DATASUS), que contém as informações das fichas do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN). Dos 819 casos elegíveis para o estudo, encontrou-se uma taxa anual média de incidência de sífilis congênita de 1,99 casos por 1000 nascidos vivos, o que representa duas vezes a meta preconizada pelo Ministério da Saúde. Se evidenciou um alto percentual de informações ignoradas (superior a 10,0%) para as seguintes variáveis: raça/cor das crianças (11,60%); escolaridade das gestantes (20,88%); e tratamento dos parceiros (20,03%). A maior prevalência de sífilis foi estimada em mulheres de pouca escolaridade e baixa renda. Adotando a incidência de sífilis congênita como um indicador de qualidade do controle pré-natal, nota-se que esta não é suficiente para garantir o controle da sífilis congênita e o alcance da meta de incidência da doença.