Este artigo visa analisar os impactos causados pela Doença de Alzheimer na vida do cuidador familiar e as formas de enfrentamento do mesmo frente ao sofrimento do idoso com quadro demencial e em relação ao próprio sofrimento. A principal diferença entre cuidador familiar e cuidador profissional é o vínculo afetivo existente entre o cuidador e o paciente demencial, requerendo do cuidador familiar mais paciência e doação de si, visto que muitas vezes, este é escolhido para cuidar do idoso devido ao custo de um cuidador profissional. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, desenvolvida a partir de uma revisão integrativa, nas bases de dados Scielo, Pepsic, BVS-Psi e Periódicos Capes, utilizando os seguintes descritores: “Alzheimer, Alzheimer and cuidador, Alzheimer and cuidador and familiar”. Foram utilizados como critérios de inclusão artigos científicos que estivessem disponíveis na íntegra e em português, no período de 2012 a 2017, e que respondessem à pergunta norteadora. Foram excluídas as publicações que não estivessem disponíveis na íntegra e gratuitamente, que não respondessem sobre os impactos causados na vida do cuidador familiar da pessoa com Alzheimer, artigos escritos há mais de cinco anos e/ou em outro idioma. Foram selecionados 20 artigos para análise e categorização temática. Percebeu-se que a maioria dos cuidadores familiares continua sendo o sexo feminino, com idade superior a 46 anos. São diversos os sentimentos frente ao ato de cuidar, incluindo raiva, culpa e reciprocidade. Os impactos causados permeiam o âmbito biopsicossocial da vida do cuidador familiar, gerando desgaste físico e emocional. Diversos fatores podem ser considerados estressores para os cuidadores familiares, dentre os quais estão a dinâmica familiar, questões financeiras, falta de apoio por parte de familiares e redes estruturadas de apoio. O agravamento do quadro demencial do paciente, somado à falta de suporte social, leva esses cuidadores familiares a um nível progressivo de isolamento social, renúncias, podendo culminar em adoecimento, o que pode comprometer o cuidado com o idoso com Alzheimer. Percebeu-se também que a espiritualidade e a resiliência estão atreladas uma a outra, sobressaindo-se como formas de enfrentamento. É de suma importância para a saúde da pessoa com Alzheimer, que o seu cuidador esteja bem fisicamente e emocionalmente, pois assim terá melhores condições de cuidar do paciente.