A família Melongenidae é composta por gastrópodes de médio porte que vivem em substratos lamacentos e arenosos, com alguns táxons habitando baías e estuários. No Brasil, a família é representada pela espécie endêmica Pugilina tupiniquim, que é comum em áreas estuarinas, distribuída em quase toda costa brasileira, habitando áreas de baixa salinidade, fundos arenosos e lamacentos. Devido à escassez de dados populacionais sobre P. tupiniquim, o objetivo desse estudo foi conhecer a estrutura populacional de tamanho e densidade do gastrópode em um estuário hipersalino. O estudo foi realizado no estuário Rio Tubarão (salinidade média de 32,3ºC), litoral semiárido do estado do Rio Grande do Norte, através de coletas realizadas em dezembro de 2016, com realização de transectos 20 x 4 m de comprimento (80 m2 de área) paralelos à linha de costa, dispostos de forma aleatória. Indivíduos de P. tupiniquim foram quantificados e medidos. Em 47 transectos foram encontrados 381 indivíduos, uma densidade populacional de 0,10 ind./m2 e uma abundância de 8,11 (±9,95) ind./transecto. A estrutura de tamanho média foi 7,3 (±1,16) cm de comprimento da concha, com a maioria de indivíduos na faixa de tamanho abaixo de 8 cm, sabendo-se que a espécie pode chegar aos 16 cm de comprimento. Conclui-se que a população de P. tupiniquim é composta por uma média de tamanho inferior ao que se enquadra na literatura, pode ser referida como jovem e que variáveis ambientais como a alta salinidade também podem influenciar o tamanho dos indivíduos.